Petrobras não reajusta gasolina há mais de 50 dias, importador vê defasagem

Reuters

Publicado 18.11.2019 19:33

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) completou mais de 50 dias sem reajustar a gasolina em suas refinarias, apesar de um aumento nos preços internacionais do combustível, o que implica em uma defasagem que afeta importadores, disse uma associação do setor.

O último reajuste da gasolina ocorreu em 27 de setembro e, desde então, o produto está com o preço médio congelado no maior nível em mais de cinco meses, a 1,7935 real por litro.

O atual preço da gasolina praticado nas refinarias é o maior desde 10 de junho, quando o combustível atingiu cerca de 1,814 real por litro.

A ausência de reajustes é considerada crítica pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que apontou uma elevação de 6% no preço da gasolina no mercado internacional desde o último ajuste feito pela Petrobras. A entidade foi criada em julho de 2017 e atualmente reúne 9 empresas importadoras com atuação no país.

Já o diesel --combustível mais comercializado do Brasil-- está estável em 2,1927 reais por litro nas refinarias da Petrobras desde 1º de novembro.

"Com o avanço do câmbio e preços da commodity, o custo do produto teve alta 4,4%... Apesar da expectativa de atualização nos preços domésticos ainda na última sexta-feira, estes foram mantidos. Ajuste necessário da ordem de 0,10 real/litro", disse a Abicom, em nota.

Procurada, a Petrobras reiterou em nota que sua política de preços para a gasolina e o diesel segue os princípios da paridade de importação, formada pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.

A empresa ressaltou, no entanto, que "o preço de paridade de importação não é um valor absoluto, único e percebido da mesma maneira por todos os agentes".

Segundo a empresa, os reais valores de importação variam de agente para agente, dependendo de características, como as relações comerciais no mercado internacional e doméstico, o acesso à infraestrutura logística e a escala de atuação.