Petrobras (PETR4) atinge recorde em valor de mercado – ainda vale a pena investir?

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 19.02.2024 10:24

Investing.com – A estatal de petróleo Petrobras (BVMF:PETR4) atingiu na última sexta-feira, 16, um histórico recorde de valor de mercado no fechamento da B3 (BVMF:B3SA3), a Bolsa de Valores de São Paulo, chegando a R$569 bilhões.

As ações são impulsionadas pela expectativa de pagamentos robustos de proventos, na opinião de analistas consultados pelo Investing.com Brasil, que esperam a distribuição de dividendos extraordinários pela companhia. Nesta segunda, às 10h26 (de Brasília), os papéis preferenciais operam em baixa de 0,09%, a R$42,64.

Valor de mercado histórico

O valor de mercado da empresa foi elevado em mais de R$150 bilhões no ano passado e em torno de R$200 bilhões nos últimos doze meses. Segundo a companhia informou em nota ao mercado, desde outubro do ano passado, a Petrobras já bateu esse mesmo recorde nove vezes, sendo que o marco demonstraria "a confiança dos investidores na nova gestão da companhia e nas diretrizes estratégicas que vêm sendo impostas”.

Ainda em nota, a empresa afirma que os investidores percebem que as ações tomadas apontam para “a longevidade da empresa e para uma lucratividade que decorre de um portfólio fortemente composto por projetos de petróleo e gás, sua principal área de atuação, mas também já compreende, com sabedoria e responsabilidade, outras áreas de novas energias”.

Assim, segundo o presidente Jean Paul Prates, “o mercado mais uma vez mostra que compreende nosso plano estratégico e as diretrizes que o presidente Lula colocou no seu plano de governo, que também baliza a nova gestão”.

Ainda conforme nota da Petrobras, entre as medidas que estiveram aliadas a essa valorização, estão a estratégia comercial para gasolina e diesel, as mudanças na Política de Remuneração aos Acionistas, incluindo programa de recompra de ações e os dados de produção de óleo e gás. “Além disso, as agências de classificação de risco S&P e Fitch elevaram a nota da companhia ao longo do segundo semestre de 2023”, conclui a companhia.

Perspectivas dos analistas

O mercado segura a ação devido à perspectiva de pagamentos de dividendos robustos, na opinião de Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. Em sua visão, riscos em relação às estratégias comerciais e de remuneração seguem como pontos de atenção, mas não estariam precificados neste momento.

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“A gente acredita que a ação já subiu bastante, mas há uma série de notícias positivas não apenas por conta de produção maior, mas também por conta de dividendos esperados para o primeiro trimestre, na verdade para o ano inteiro. Ninguém larga a ação e vão ficar comprados esperando dividendos”, afirma o analista, que enxerga tendência positiva mesmo com papel nas máximas.

Ainda que o plano de investimentos tenha preocupado, até o momento um adicional nos investimentos não teria aparecido, segundo o analista.

Entre os riscos, estão investir mais em ativos não core, como a Braskem (BVMF:BRKM5), assim como investimentos fora do Brasil, e a retomada das obras na refinaria de Abreu e Lima. “Tudo isso é risco, mas como não aconteceu, você continua comprado, você não sai não vendendo. Segue muito aquele ditado americano, continue na festa, mas perto da porta”.

Como a outra ação que disputa atenção de investidores estrangeiros, a Vale (BVMF:VALE3), ainda precisa definir seu CEO, o momento complicado da outra opção abriria as portas para os olhares do mercado externo.

Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, acredita que ainda vale a pena investir na Petrobras e que a atual governança da estatal se mostrou alinhada com os interesses dos acionistas. “A companhia tem conseguido gerar muito caixa, o que deve ser convertido em distribuição de dividendos volumosos”. A Guide afirma que a Petrobras é a companhia com maior projeção de dividend yield (DY) para os próximos 12 meses, com montante de dividendos extraordinários previstos, que ainda precisariam ser definidos.

Cristiane Fernsterseifer, analista da Investe10, espera que o balanço da empresa seja bastante forte neste trimestre, considerando o preço do petróleo e produção da empresa. “Acredito também que a empresa possa pagar dividendos extraordinários, o que se confirmar geraria um DY de quase 8% para esse pagamento, o que é excelente”.

Assim, ela parece continuar barata, segundo a analista, com DY maior do que a média global do setor e com múltiplos descontados. “A grande dúvida que faz a ação não ser negociada a múltiplos mais elevados é se o governo vai interferir de alguma maneira que prejudique seus resultados”.

Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, recorda que o preço do petróleo e mantendo em torno de US$80 é um patamar bem vantajoso para todas as companhias do setor. Entre as notícias positivas que rondam a estatal, estão o programa de recompra, a iniciativa de exploração da margem Equatorial (BVMF:EQTL3), que traria “uma fronteira de crescimento relevante para companhia no negócio que ela realmente faz dinheiro, que é extração em água profunda”.

Por outro lado, Soares concorda que a governança tem pontos negativos, mas “numa velocidade mais devagar do que era esperado”, incluindo investimentos em setores que são menos rentáveis, como refino, além das indicações políticas.

Soares considera Petrobras uma companhia excelente do ponto de vista operacional, mas pondera sobre a influência do controlador nas decisões da companhia, levando a uma incerteza grande, e por isso, a recomendação da Órama não tem sido de entrada.

Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, avalia que os múltiplos da Petrobras continuam descontados mesmo com as recentes altas. “Além disso, a Petrobras permanece uma boa pagadora de proventos, por mais que a tendência seja para uma redução ao longo do tempo em relação ao yield entregue em 2023. No momento, em função exclusivamente dos preços esticados, adotamos uma posição neutra para a companhia”.

Sobre o próximo balanço, o analista da Toro avalia que as atenções se voltarão, principalmente, para a estrutura de custos, sobretudo os operacionais, mas também para possíveis otimizações das despesas. “O mercado também seguirá acompanhando a dívida bruta e o quão distante ela se mantém dos US$65 bilhões, limite para que a companhia distribua 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos em forma de proventos”.

A média das estimativas de modelos compiladas pelo InvestingPRO é de um preço-justo de R$56,60 para as ações preferenciais da Petrobras, um potencial de valorização de 32,6%.

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