Petrobras tem negociações suspensas pela segunda vez nesta manhã
Investing.com
Publicado 20.06.2022 11:26
Atualizada às 11h40
Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As ações da Petrobras (SA:PETR4) tiveram as suas negociações suspensas pela B3 (SA:B3SA3) duas vezes nesta manhã, para que os investidores pudessem entender com calma as últimas notícias sobre a companhia.
No momento da segunda paralisação, as ações ON recuavam 2,07%, a R$ 29,31, enquanto as PN caíam 2,20%, a R$ 26,71. Às 11h41 os papéis já tinham retomado as negociações, com os papéis ON caindo 1,54% a R$ 29,47 e os PN recuando 1,76% a R$ 26,83.
A primeira suspensão aconteceu logo na abertura, após a Petrobras ter anunciado que José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da companhia. Mauro Coelho já havia sido exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro no final de maio, após 40 dias executando a função, mas continuava na liderança da companhia até que o seu substituto passasse por todos os trâmites burocráticos para assumir o cargo.
Por volta das 10h42, as negociações da Petrobras foram retomadas, até que às 10h50 foram paralisadas novamente. Segundo o GloboNews, essa suspensão seria até às 11h29.
A crise em torno da permanência de Mauro Coelho na presidência da estatal ganhou força durante o fim de semana, após a companhia anunciar um reajuste nos preços dos combustíveis.
Com a saída de Mauro Coelho, a Petrobras divulgou um fato relevante por volta das 11h12, afirmando que o Diretor Executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges, irá assumir de forma interina a presidência da companhia até que um novo presidente seja eleito.
Para a Ativa Investimentos, a saída de Mauro Coelho pode antecipar o repasse da administração para a nova gestão da companhia, que deve ser mais conservadora na aplicação de reajustes de preços de derivados.
A corretora afirma que a Petrobras já pratica preços abaixo do patamar internacional, mesmo após os recentes reajustes de 5,2% na gasolina e 14,2% no diesel. Porém, a troca no comando da companhia pode "abaixar a pressão extra-corporativa que vem se registrando sobre a companhia nas últimas semanas e tomou maior proporção na sexta-feira, quando propostas como a tributação de exportação de petróleo cru e a abertura de uma CPI foram aventadas".
"Reforçamos nosso entendimento quanto a atratividade do valuation atual da companhia mesmo diante da atual conjuntura e acreditamos que uma normalização do cenário deve amenizar as pressões sofridas pela ação da companhia nos últimos dias", diz a Ativa.
Na avaliação da Eleven Financial, a demissão de Coelho pode "acelerar a troca de do conselho de administração que está em processo". Além disso, a ação continua a ser prejudicada devido a ruídos de interferência do governo na gestão da estatal, em um momento de muita incerteza em relação à possibilidade de recessão nas principais economias mundiais que leve a uma tendência de baixa do preço do petróleo.
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Escrito por: Investing.com
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