Plano estratégico de presidente-executivo da Unilever não empolga investidores

Reuters

Publicado 26.10.2023 10:54

Por Richa Naidu

LONDRES (Reuters) - O novo presidente-executivo da Unilever (LON:ULVR), Hein Schumacher, apresentou nesta quinta-feira os planos há muito esperados para simplificar o negócio, depois de admitir que o desempenho da empresa nos últimos anos foi inferior ao esperado, mas as ações caíram pois alguns investidores não ficaram impressionados.

A fabricante do sabonete Dove e do sorvete Ben & Jerry's atendeu às expectativas do mercado em relação ao crescimento das vendas no terceiro trimestre, depois de aumentar os preços em um ritmo mais lento, mas não conseguiu reconquistar alguns consumidores, que optaram por produtos mais baratos durante uma crise de custo de vida.

Schumacher, que assumiu o cargo em julho, disse que a empresa agora focará em 30 marcas importantes, responsáveis por 70% de suas vendas. Ela se concentrará em melhorar sua margem bruta e não realizará nenhuma aquisição importante ou transformadora, disse ele.

"Nosso desempenho nos últimos anos não correspondeu ao nosso potencial. A qualidade de nosso crescimento, produtividade e retornos foram todos abaixo do esperado", afirmou Schumacher.

As ações da Unilever caíram 2,5%, atingindo o nível mais baixo do ano no pregão da manhã.

"Não creio que haja nada de novo em termos dessa atualização estratégica", disse Richard Saldanha, gerente de portfólio da Aviva. "Claramente, para os investidores, do meu ponto de vista, voltar ao crescimento orgânico de 3% a 5% é fundamental."

Schumacher substituiu Alan Jope, que teve um último ano conturbado na Unilever depois de uma tentativa fracassada de comprar o negócio de saúde do consumidor da GSK e da entrada do investidor ativista bilionário Nelson Peltz no conselho.

Tineke Frikkee, gerente de portfólio da Waverton Investment Management, disse que a nova estratégia foi "bem apresentada, mas, de modo geral, não impressiona -- investir e recompensar para obter maior crescimento e nenhuma reestruturação significativa do portfólio".

"Isso soa semelhante aos CEOs anteriores e levará algum tempo para ser concretizado", declarou ela.

Após enfrentar parte desse ceticismo em uma ligação com analistas, Schumacher disse aos jornalistas: "Eu entendo as perguntas das pessoas que dizem 'ei, já ouvimos isso antes e quais são as razões para acreditar que você realmente vai cumprir tudo isso?'", disse.