"Putin não age sozinho": Ray Dalio alerta para esses 2 riscos para o investidor
Investing.com
Publicado 03.03.2022 11:46
Atualizado 03.03.2022 17:56
Por Laura Sanches, do Investing.com Espanha
Investing.com - Ray Dalio, fundador, co-diretor de investimentos e presidente da Bridgewater Associates, alerta que as sanções econômicas que a Europa e os Estados Unidos impuseram à Rússia e seu sistema financeiro terão um grande impacto na economia russa. As sanções podem até provocar mudanças políticas na Rússia, acrescenta.
Este investidor acredita que a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma séria ameaça à ordem mundial e aponta para 2 preocupações: Esta guerra se espalhará além da Ucrânia para envolver a OTAN e como a China responderá?
"A dor econômica que os russos sentirão será tão severa que seria surpreendente se não houvesse grande oposição doméstica às políticas de Putin que pudessem ameaçar ou derrubar seu regime", ecoa MarketWatch .
A resposta da Rússia às sanções econômicas é incerta e imprevisível, mas pode ter consequências, explica Dalio. “Essas circunstâncias destacam as questões óbvias de a) se Putin responderá aumentando a aposta dando aos países da OTAN algo grande a perder, o que será e como será tratado, ou b) se ele pode voltar atrás com sucesso para ter algum tipo de engajamento (improvável). Seria preocupante se Putin desse aos países da OTAN algo grande a perder (por exemplo, em um confronto nuclear).”
Uma segunda grande incógnita é o nível de apoio que a China fornece à Rússia para resistir às sanções. Segundo Dalio, “não teria sido lógico que Putin tivesse tomado o caminho que tomou sozinho, e é sabido que China e Rússia estão muito alinhadas em muitos aspectos e isso pode ser muito útil para minimizar os efeitos das sanções. "
Dalio apontou que o sistema de pagamento baseado em yuan da China pode ser uma maneira de a Rússia conduzir o comércio internacional agora que os principais bancos russos foram excluídos do sistema global da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT).
Mas ele disse que acha mais provável que a China não ajude a Rússia dessa maneira. “De qualquer forma, estou esperando para ver o que a China fará, porque isso terá um grande efeito sobre como a ordem mundial em rápida mudança será em breve”, diz o investidor.
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Dalio aborda a possibilidade de que o conflito Rússia-Ucrânia e as sanções econômicas possam desencadear uma guerra "quente" envolvendo países da OTAN. Ele observa que as guerras militares são geralmente precedidas por guerras econômicas que incluem congelamento de ativos, bloqueios de acesso a mercados de capitais e embargos, como os que potências ocidentais infligiram à Rússia desde que começou a invasão da vizinha Ucrânia na semana passada .
De acordo com Dalio, “Ainda não vimos uma retaliação da Rússia, embora estejamos ouvindo ameaças nucleares e outras. Portanto, parece que estamos na parte 'no limite' do ciclo que é logo após a grande escalada de ataques de guerra econômica e pouco antes da guerra militar quente”.
Dalio enfatiza que não estava afirmando o inevitável: "As probabilidades favorecem não entrar em uma guerra quente entre a Rússia e os países da OTAN no futuro próximo", escreveu ele. “Ao mesmo tempo, acho que eles não são baixos o suficiente para não considerar e me proteger contra a possibilidade”, conclui o magnata.
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Escrito por: Investing.com
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