Money Times
Publicado 19.02.2020 13:05
Atualizado 19.02.2020 15:48
A intenção da Itapemirim de criar uma companhia aérea, anunciada há poucos dias pelo seu presidente, é vista com certa cautela pelo UBS. O banco suíço reconhece, porém, que, se der certo, a empresa pressionará ainda mais as rivais que já operam no Brasil.
O dinheiro para criar a “Itapemirim Linhas Aéreas” virá de um fundo soberano dos Emirados Árabes. Estão previstos investimentos de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) no projeto.
Rogerio Araujo, Alberto Valerio e Andressa Varotto, que assinam o relatório do UBS, contudo, lembram dos desafios de criar e manter uma companhia aérea no país.
Vale (SA:VALE3) a pena?
Entre eles, estão o reduzido número de aeroportos relevantes (e já dominados pela concorrência), os custos operacionais acima da média mundial e as rígidas regras para escalas de tripulação.
Há, é claro, alguns pontos positivos, segundo o banco. A disposição do atual governo de privatizar mais aeroportos, com vistas a ampliar o número de passageiros; e as vantagens comparativas das companhias de baixo custo (segmento em que a Itapemirim quer entrar) na configuração e manutenção de suas aeronaves.
“Embora ainda seja cedo para avaliar quão rapidamente as operações da Itapemirim crescerão, e quais rotas regionais seriam visadas, vemos o movimento como potencialmente negativo para as aéreas brasileiras (Gol (SA:GOLL4), Azul (SA:AZUL4) e Latam)”, afirma o trio.
Alvo
Das três, a Azul (SA:AZUL4) é a que corre mais riscos com a concorrência da Itapemirim, segundo o UBS, caso a nova rival decida mirar em cidades onde a veterana atua sozinha – e com uma grande margem de lucro.
O banco lembra que esta é a segunda companhia aérea regional anunciada no Brasil em pouco tempo. Isto porque, dias antes, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou as operações da espanhola Nostrum em rotas regionais.
O UBS não está nem um pouco otimista com o setor aéreo brasileiro. A recomendação para as ações da Azul (SA:AZUL4) e da Gol (SA:GOLL4) são de venda. Já para a Latam Airlines Group (SN:LTM), é neutra.
Os preços-alvos são R$ 43,10 para Azul; R$ 24,40 para Gol; e US$ 9,80 para Latam. As cifras representam quedas potenciais de 27%, 31% para a Azul e a Gol, respectivamente; e alta de 9% para a Latam, com base nas cotações de 13 de fevereiro citadas pela UBS.
Por Money Times
Escrito por: Money Times
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