Recessão derruba papel da Magalu para menor preço desde início da pandemia

Bloomberg Línea Brasil

Publicado 02.12.2021 17:18

Atualizado 02.12.2021 19:12

Recessão derruba papel da Magalu para menor preço desde início da pandemia

No dia em que o Brasil entrou em recessão técnica no terceiro trimestre, a ação da Magalu, uma das principais varejistas do país, apagou os ganhos acumulados desde o início da pandemia e desabou para o seu menor valor desde 19 de março do ano passado (R$ 6,23). A ação foi negociada na reta final do pregão a R$ 6,45, queda de 6,45%.

O tombo acumulado já atinge 42,30% no período de um mês. Desde setembro, o papel de Magazine Luiza (SA:MGLU3) já era castigado com as previsões pessimistas quanto ao resultado do seu terceiro trimestre, que acabaram se confirmando no mês passado. A companhia aproveitou as baixas cotações para cumprir seu programa de recompra de papéis na B3 (SA:B3SA3). Em um ano, a ação da Magalu já perdeu 71,46% do seu valor.

“O setor de varejo como um todo é fortemente impactado pelo cenário macroeconômico, e olhando para o segmento de e-commerce, isso tem sido ainda mais forte, seja pelo ajuste de projeções nos modelos dos analistas de mercado, manutenção do nível de riscos de curto prazo por parte dos fundos de investimentos, entre outros fatores que podem explicar essa queda vertiginosa em uma das queridinhas da bolsa brasileira”, analisou um recente relatório da XP, sobre o papel da Magazine Luiza.

h2 O que fazer com MGLU3?/h2

Para a XP, é necessário cautela, e investidores precisam considerar outros fatores antes de comprar as ações de qualquer companhia nesse momento, como apetite a risco, prazo de investimento do investidor, comparação do valuation das companhias comparáveis, entre outros.

“Considerando que o papel negociava a preços maiores que R$ 20 no começo do ano e hoje está abaixo de R$ 9, a MGLU3 é uma boa oportunidade nesse momento? Na visão da XP, embora o setor tenha sido de longe o que mais sofreu dentro da cobertura de varejo em 2021, ainda existe um grande risco para os resultados das companhias, dado que a demanda pode ser mais fraca e a concorrência deve continuar bastante acirrada, os produtos eletrônicos e de linha branca, que são categorias-chave para o comércio eletrônico, tendem a ser mais cíclicos devido ao tíquete médio mais alto, e a demanda dos consumidores por essas categorias pode ter sido de certa forma antecipada durante a pandemia”, diz o relatório da XP, acrescentando que “os players listados estão mais expostos às classes mais baixas, que também sofrem mais em um ambiente macroeconômico mais difícil, e o cenário competitivo deve permaneça desafiador, o que acaba aumentando a pressão na rentabilidade das companhias”.

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A XP possui recomendação “neutra” para o papel, com preço-alvo de R$18/ação. A forte queda acumulada pelo papel é destacado pela plataforma de investimentos, que citou reação negativa ao resultado financeiro do terceiro trimestre. “O movimento de baixa está em linha com o que temos visto para as ações do setor de varejo como um todo, que vêm sofrendo à medida que o cenário macroeconômico do Brasil vem piorando. Porém, depois da divulgação de resultados mistos no último trimestre, vimos o preço das ações da companhia sofrendo uma forte queda, a qual pode ter sido principalmente ocasionada pelas incertezas de investidores quanto à dinâmica de margens para o quarto trimestre deste ano, além de um feedback negativo de alguns investidores frente ao provisionamento de estoques de R$ 350 milhões no trimestre”.

Magalu divulgou os dados do terceiro trimestre no dia 11 de novembro, reportando uma queda de 89,5% no lucro líquido e culpando o cenário de inflação e juro alto pela redução de margem bruta e aumento de despesas.

h2 Recomendação/h2

Um levantamento realizado pelo Yubb, buscador de investimentos, mostrou MGLU3 como a terceira maior queda (-27,84%)do Ibovespa em novembro. A desvalorização é vista também como oportunidade. A Nova Futura Investimentos, por exemplo, incluiu a ação da Magalu em sua seleção de ativos recomendados para o mês de dezembro. A corretora considera sempre uma relação entre risco e retorno, com o objetivo final de performar acima do índice de mercado. De sua carteira recomendada de 10 papéis para dezembro, a Nova Futura recomenda aplicar 10% em MGLU3.

Já um relatório da equipe de research do Banco Inter (SA:BIDI4) manteve a recomendação de compra para a ação da Magalu mesmo após a divulgação do resultado do terceiro trimestre. “Magalu apresentou um resultado decepcionante e abaixo das nossas expectativas. Em decorrência da evolução do cronograma de vacinação, era esperado que a operação de varejo físico voltasse a performar bem, porém isso não aconteceu. Vimos um aumento das despesas desproporcional ao nível de retomada das vendas”, observou o relatório.

Por outro lado, a equipe do Inter ponderou sua análise olhando para o desempenho promissor do canal online do Magazien Luiza. “Na vanguarda da omnicanalidade varejista brasileira, esperamos que a companhia volte a conquistar margens, que ainda se encontram em patamares inferiores ao período pré pandemia. Enquanto isso, o Magazine tem a oportunidade de gerar valor através do fortalecimento de seu ecossistema advindo das últimas aquisições, bem como da evolução de seus serviços garantindo novas fontes de faturamento”, escreveu o analista Breno Francis de Paula.

A recomendação do Inter é de compra de MGL3 com preço-alvo de R$ 18/ação.

h2 O que diz o CEO/h2

Na teleconferência com a imprensa em que comentou o balanço, o CEO da Magalu, Frederico Trajano, falou sobre a forte queda da cotação de MGLU3 e sobre o programa de recompra de 40 milhões de papéis, lançado em agosto. “Você não conseguiria com um programa de recomprar contornar uma situação de mercado que foi criada principalmente por um aumento de taxa de juros, aumento de custo de capital. A Bolsa caiu muito, especialmente as empresas de varejo tinham subido demais no ano passado, principalmente as empresas de e-commerce”, disse o CEO.

Ele afirmou ainda que não costuma comentar preço da ação. “Quando assumi a companhia a ação estava R$ 0,10. O valor de mercado da companhia era de R$ 180 milhões. Quem compra uma ação de uma empresa, se quer realmente não especular, tem de olhar o longo prazo. No curto prazo, a ação tem mais relação com os fluxos da economia, do mercado, se o Brasil está bem ou não está bem, do que com o fundamento da companhia. Quem quer comprar ação da companhia com base em fundamento e olha a situação de longo prazo, no longo prazo o Magalu continua sendo a ação de mais destaque do Ibovespa, talvez até da história”.

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