Renovado temor com alta de juro nos EUA antes do previsto incomoda e Ibovespa cai

Estadão Conteúdo

Publicado 18.06.2021 08:08

Atualizado 18.06.2021 11:40

Renovado temor com alta de juro nos EUA antes do previsto incomoda e Ibovespa cai

O mau humor externo nesta sexta-feira impede o Ibovespa de subir, em reação ao noticiário corporativo, principalmente devido à aprovação da MP da Eletrobras (SA:ELET3), ontem, que abre caminho para a desestatização da companhia. Após subir gradativamente até a recuperação dos 128 mil pontos (vistos no fechamento da véspera: 128.057,22 pontos), o Índice Bovespa passou a claudicar, voltando a flertar com os 127 mil pontos vistos mais cedo, ainda com queda inferior à vista em Nova York. Tanto aqui quanto lá fora o dia é de vencimentos (opções sobre ações na B3 (SA:B3SA3) e quádruplo nos EUA), o que tende a provocar instabilidade.

Já o dólar, que voltou a furar o suporte dos R$ 5,00 há pouco, com a mínima a R$ 4,9824, segue nessa toada, com investidores reagindo positivamente à aprovação da MP da Eletrobras, que abre caminho para a privatização da companhia. A aprovação da MP, ontem, no Senado, também pressiona para cima as ações da estatal na B3, que lideram a corrente das oito maiores elevações na carteira do Ibovespa. Às 10h45, subiam 9,57% (PN) e 9,61% (ON).

Investidores, contudo, ainda seguem ressabiados com o tom duro do comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) desta semana, quando contrariou o mercado ao indicar aumento do juro antes do esperado. Hoje o membro da distrital de St. Louis da instituição esquentou o assunto.

James Bullard disse prever alta do juro nos Estados Unidos no final de 2022. Conforme ele, para a inflação cair, será preciso fazer mudanças na política monetária. Disse ainda que o Fed "abriu oficialmente" as discussões sobre "tapering", como é chamado o processo de retirada gradual dos estímulos monetários. "Continua a preocupação do mercado com o aumento de juros nos antes do programado", afirma Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença.

Apesar de não ser membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), as palavras de Bullard incomodam pois o investidor ainda está muito "sensível", ressalta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. "Ele é do Fed, tem influência indireta. E outra, é a visão de quem está lá dentro. Em uma sexta-feira, isso acaba estressando", avalia.

Perto de 11 horas, em Nova York, o Dow Jones cedia 1,09%; S&P 500 caía 0,75%; e o Nasdaq recuava 0,29%.

Mesmo com questionamentos de entidades as ações da Eletrobras sobem. Ontem, o Senado aprovou o texto-base da MP que abre caminho para sua desestatização, por 42 votos a 37. "De todo modo, o texto segue bastante questionado e ainda terá que passar pela Câmara, provavelmente na segunda-feira", escreveu em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

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O texto foi duramente criticado por entidades do setor, que calculam que o custo a ser repassado para o consumidor final será de aproximadamente R$ 84 bilhões. O governo, por outro lado, fala em redução da conta de luz em 7,36%. Contudo, conforme a Guide Investimentos, a aprovação é uma vitória do governo Bolsonaro e de sua equipe econômica.

Apesar da notícia de que a Petrobras (SA:PETR4) pedirá à CVM o registro para oferta de ações da BR Distribuidora (SA:BRDT3), as ações da estatal caiam entre 0,53% (PN) e 1,36% (ON) no horário citado acima, seguindo o recuo do petróleo no mercado internacional.

Porém, a despeito do recuo do minério de ferro (fechou em queda de 0,87%, no porto chinês de Qingdao, a US$ 218,90 a tonelada), os papéis da Vale (SA:VALE3) subiam quase 1,50%, se beneficiando da informação de que o conselho de administração da companhia aprovou a distribuição de R$ 11,045 bilhões em dividendos, ou R$ 2,177096137 por ação. A valorização também se refletia nas ações de empresas ligadas ao setor de minério e de siderurgia, caso de Usiminas (SA:USIM5) PNA (0,11%) e CSN ON (SA:CSNA3) (1,36%).

O Ibovespa, por sua vez, cedia 0,23%, aos 127.760,14 pontos, após mínima aos 127.636,70 pontos e máxima aos 128.333,66 pontos. Com isso, acumula queda semanal de 1,25%, por ora.

Em tempo: pela segunda vez seguida, houve saída de recursos estrangeiros na Bolsa, de R$ 1,410 bilhão, no dia 16. Apesar disso, o fluxo externo na B3 está positivo no mês - em R$ 11,286 bilhões - e no ano, em R$ 42,666 bilhões.

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