Risco fiscal assombra e derruba Ibovespa para faixa de 110 mil pontos

Reuters

Publicado 19.10.2021 17:51

Atualizado 19.10.2021 18:05

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Notícias do plano do governo para financiar seu programa de auxílio social confirmaram nesta terça-feira os temores de iminente rompimento do teto de gastos, avivando um pessimismo que derreteu as ações brasileiras.

Pressionado pelas perdas de 90 de 91 dos papéis da carteira teórica, o Ibovespa desabou 3,28%, a 110.672,76 pontos. O giro financeiro da sessão somou 36,7 bilhões de reais.

O gatilho para a derrocada do índice veio com informações de que o governo federal planeja ampliar o pacote de auxílio social e ao mesmo tempo abrir mão do plano de cobrar imposto de renda sobre dividendos. Ou seja: gastar mais e arrecadar menos.

"Isso piora drasticamente a expectativa quanto ao fiscal brasileiro e beira ao que nenhum investidor quer ver mais no Brasil: irresponsabilidade fiscal", afirmou em nota o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro.

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Foi a senha para uma piora generalizada das previsões para o Orçamento federal, o que deflagrou também uma escalada dos juros futuros e do dólar contra o real. Isso, mesmo num dia de ambiente externo positivo, com alta das bolsas de Nova York.

O Ibovespa ainda saiu das mínimas (chegou a baixar dos 110 mil pontos), após informações de que o governo adiou o anúncio do programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.

h2 DESTAQUES/h2

- AZUL (NYSE:AZUL) perdeu 10,36% e GOL (SA:GOLL4) encolheu 7,4%, com a escalada conjunta do dólar e dos preços do petróleo piorando o cenário de custos para companhias aéreas já combalidas pelos efeitos da pandemia.

- MRV (SA:MRVE3) teve queda de 7% após anunciar recuo na divisão principal de construção de prédios de apartamentos no Brasil no terceiro trimestre. Em nota a clientes, o BTG Pactual frisou os resultados fracos e o consumo de caixa, mas manteve recomendação de compra para as ações.

- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) perdeu 4,9%, com os grandes bancos também acusando a perspectiva de piora fiscal, mesmo com a informação de que o governo pode desistir do Imposto de Renda sobre dividendos. BRADESCO (SA:BBDC4) cedeu 3,1%, enquanto ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) teve queda de 2,4%.

- PETROBRAS (SA:PETR4) foi desvalorizada em 4,9%. A companhia afirmou ter tido "demanda atípica" de pedidos de fornecimento de combustíveis para novembro, muito acima dos meses anteriores e de sua capacidade de produção.

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- B3 (SA:B3SA3) perdeu 3,1%, após anunciar a compra de 100% da empresa de big data e inteligência artificial Neoway por 1,8 bilhão de reais, em dinheiro.

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- EDP (SA:ENBR3) BRASIL caiu 1,6% após anunciar a venda de 3 empreendimentos de transmissão de energia para a Actis por 1,32 bilhão de reais, além do plano de vender hidrelétricas até o fim do ano.

- AMERICANAS (SA:AMER3) cedeu 0,1%, após anúncio da véspera de que pode antecipar seu plano de fusão com a Lojas Americanas (SA:LAME4), que recuou 1,6%.

- GETNET UNIT disparou 17,9%, com o braço de pagamentos do Santander (SA:SANB11) estendendo os fortes ganhos da véspera, quando fez sua estreia na bolsa paulista.

- CESP, fora do índice, subiu 1,36%. Na segunda-feira à noite, Votorantim e CPP Investments anunciaram planos para consolidar seus ativos de energia no Brasil, com a criação de uma empresa que será controladora da Cesp (SA:CESP6). Em nota a clientes, o Credit Suisse avaliou que a transação deve permitir que a empresa tenha melhor estrutura de alavancagem e se beneficie da atual alta demanda com fontes renováveis. "Porém, os termos propostos parecem não favorecer os acionistas minoritários."

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