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Publicado 14.01.2021 11:48
Atualizado 14.01.2021 12:01
Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - A possível saída, ou ao menos a ameaça de demissão do presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), André Brandão, reitera os riscos de ingerência política no banco estatal, mas que já estão parcialmente embutidos no preço e não devem interferir nos fundamentos da ação, disseram analistas sobre os rumores de troca de comando da companhia que circulam na mídia desde quarta-feira (13).
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Segundo agências de notícias, o presidente Jair Bolsonaro teria se irritado com as medidas do programa de reestruturação da instituição anunciadas recentemente, que incluem o fechamento de agências e dois programas de demissão voluntária.
Para Leo Monteiro, analista da Ativa Investimentos, a reorganização anunciada pelo BB é uma tendência do setor, que já teve medidas similares no Itaú (SA:ITUB4) e no Bradesco (SA:BBDC4), e que tem a ver com a maior competição de bancos digitais e iniciativas de open banking.
“Brandão entrou com a promessa de modernização, e o anúncio de segunda-feira foi a primeira atuação real nesse sentido. Essa interferência dois dias depois dá sinais de ingerência política e mina muito a expectativa do mercado de qualquer guinada liberal da gestão do banco”, diz.
O Goldman Sachs, em relatório, diz que a notícia poderia aumentar a incerteza em relação ao banco: “Isso poderia aumentar os riscos de governança corporativa, tema em que o banco vem trabalhando ao longo dos últimos anos.”
Monteiro diz, no entanto, que a ameaça de interferência já estava embutida no preço do papel e que o ativo segue interessante pela carteira de crédito robusta, focada em setores menos afetados pela pandemia, como o agro.
h2 Desconto ante pares/h2Para os analistas da XP Investimentos, em relatório, apesar do risco, a recomendação ainda é de Compra para a ação, com preço-alvo de R$ 43 por conta do desconto de 15% ao valor patrimonial e de sete vezes o preço sobre o lucro esperado para 2021. O Goldman Sachs também mantém recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 43.
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Eles também citam a boa carteira de crédito do banco, com menor exposição a receitas de serviços, a posição digitalmente competitiva e “vitaminas de curto prazo”, que poderiam aumentar os ganhos por meio de um menor custo de captação e provisões operacionais.
O Banco do Brasil divulgou fato relevante na manhã desta quinta-feira (14) afirmando não ter recebido nenhuma comunicação oficial a respeito da destituição de Brandão do comando da estatal. Já Bolsonaro se manteve em silêncio quando indagado sobre o assunto por um apoiador na porta do Palácio da Alvorada.
Perto das 12h, as ações ordinárias do BB recuavam 0,35%, a R$ 37,41, após caírem quase 5% na véspera. Nos últimos 30 dias, o papel acumula queda de 2,55% e de 23,2% nas últimas 52 semanas.
Escrito por: Investing.com
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