Sem referência do exterior, Ibovespa cai 0,87%, a 108,7 mil, com giro baixo

Estadão Conteúdo

Publicado 26.12.2022 15:54

Atualizado 26.12.2022 19:10

Sem referência do exterior, Ibovespa cai 0,87%, a 108,7 mil, com giro baixo

O Ibovespa fez uma pausa para moderada correção nesta segunda-feira, sem negócios em diversas bolsas do exterior, inclusive as de Nova York, o que retirou ainda mais liquidez da B3 (BVMF:B3SA3) nesta reta final de ano. Após cinco sessões de avanços seguidos, que colocaram os ganhos da semana passada a 6,65%, o Ibovespa caiu hoje 0,87%, aos 108.737,75 pontos, entre mínima de 108.308,77 e máxima de 109.755,23 na sessão, em que saiu de abertura aos 109.698,84 pontos. O giro foi de apenas R$ 14,7 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa cede 3,33%, com ganhos no ano a 3,74%.

Sem nem mesmo a referência do mercado de Treasuries, além da baixa liquidez na B3, houve poucos catalisadores para orientar os negócios na sessão. Pela manhã, o Boletim Focus, do BC, trouxe piora nas medianas projetadas para o IPCA no intervalo de 2023 a 2025, bem como estimativa do mercado mais alta para a Selic no fim do próximo ano, uma combinação que resultou em ajustes na curva de juros futuros afetando o apetite por ações nesta segunda-feira, sem outros gatilhos disponíveis.

"Feriado nos Estados Unidos e na Europa tira movimentação, e a liquidez ficou baixa na sessão, o que é normal também em fim de ano. Surpreendeu hoje a alta dos juros futuros, em vencimentos como os de 2027 e 2029, em grau um tanto fora do normal", diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. Por outro lado, ele destaca o desempenho de Vale (BVMF:VALE3), acima dos R$ 87 na sessão, em alta que contribuiu para segurar o Ibovespa nesta segunda-feira, em meio a expectativas um pouco mais positivas para China, apesar do jugo ainda imposto pela Covid-19. Hoje, o minério de ferro fechou em alta de 1,35% em Dalian, a US$ 118,7 por tonelada.

Assim, com a pressão vista na sessão sobre os juros futuros, Vale (ON +0,92%) e CSN (BVMF:CSNA3) (ON +1,65%) conseguiram escapar à correção, entre as ações e setores de maior liquidez e peso no índice. Na ponta do Ibovespa, além de Vale e CSN, destaque também para Rede D'Or (BVMF:RDOR3) (+2,19%), Americanas  (BVMF:AMER3)(+1,74%), SLC Agrícola (BVMF:SLCE3) (+1,58%), Yduqs (BVMF:YDUQ3) (+1,39%), Positivo (BVMF:POSI3)(+1,25%) e 3R Petroleum (BVMF:RRRP3) (+0,70%) - quinze ações do Ibovespa fecharam o dia no positivo; mais cedo, a conta estava em oito. No lado oposto, Renner (BVMF:LREN3) (-5,35%), Totvs (BVMF:TOTS3) (-4,59%), Dexco  (BVMF:DXCO3)(-4,24%), Eneva (BVMF:ENEV3) (-4,20%) e Ultrapar (BVMF:UGPA3) (-3,82%).

O dia foi moderadamente negativo para Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -0,32%, PN -0,72%), mas as ações da estatal, mesmo com a retomada de dúvidas sobre a governança da empresa sob o futuro governo, mantêm com folga a liderança no ano entre os principais papéis, com ganhos em torno de 48% (PN) a 49% (ON), em 2022. Assim, enquanto o índice de materiais básicos (IMAT), correlacionado à demanda externa, fechou a sessão em baixa de 0,56%, as perdas no índice de consumo (ICON), exposto à economia doméstica, chegaram a 1,20% no fechamento do dia.

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"Mesmo com o que se tem visto sobre a Covid no país, a reabertura da China parece irreversível, e vem no momento em que Estados Unidos e Europa desaceleram. O retorno da China é fundamental para as commodities, a que a Bolsa aqui tem grande exposição, como petróleo e minério. Se não fossem as commodities, estaríamos mais perto dos 100 mil do que dos 110 mil pontos. As commodities são o que têm segurado", diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

Ainda assim, mesmo com suporte proporcionado pelas matérias-primas, o próximo ano tende a ser difícil para o apetite por renda variável, não apenas no Brasil mas também em outros emergentes. "Há bonds lá fora pagando de 7% a 8% ao ano em juros. E grandes BCs do exterior, como o americano, suíço, inglês, europeu e mesmo o japonês, estão elevando suas taxas, tornando a política monetária restritiva. Por que então o estrangeiro vai trazer (recursos) para o Brasil correndo risco cambial?", questiona o gestor.

Ele acrescenta que a política doméstica traz ainda incertezas, acompanhadas mais de perto pelos investidores daqui do que muitos dos de fora - estes, mais atentos a oportunidades de arbitragem proporcionada por preços relativos dos ativos, aqui e no exterior - após o entusiasmo geral em primeiro momento, passageiro, logo após a definição eleitoral no fim de outubro.

"Há muita cautela ainda, compasso de espera. E as dúvidas com relação a isso, à política, ajudam a entender por que estamos com o câmbio onde está (em torno de R$ 5,20) e não mais acomodado, a uns R$ 4,90", diz Mikail, observando também que a Selic permanece elevada, perto de 14% ao ano (13,75%). Nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,83%, a R$ 5,2093, com máxima na sessão a R$ 5,2146.

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