Senado instala CPI da Braskem para investigar papel da empresa em afundamento de solo em Maceió

Reuters

Publicado 13.12.2023 10:12

Atualizado 13.12.2023 13:40

BRASÍLIA (Reuters) -O Senado instalou nesta quarta-feira a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem (BVMF:BRKM5) para investigar o papel da empresa no afundamento do solo de bairros de Maceió.

O requerimento para criação da CPI foi apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Após a instalação, os membros da CPI apontaram o senador Omar Aziz (PSD-AM) como presidente do colegiado e o senador Jorge Kajuru como vice (PSB-GO).

O relator da CPI será definido em fevereiro, quando os trabalhos da comissão serão iniciados após o recesso parlamentar.

Segundo Renan, que está cotado para ser o relator, a CPI tem o único objetivo de apurar as responsabilidades da Braskem nas reparações decorrentes do afundamento do solo na capital alagoana.

Procurada, a Braskem disse em nota que "estará à disposição, como sempre esteve, para responder com transparência sobre suas atividades em Maceió".

A atividade de extração de sal sob Maceió pela Braskem foi interrompida em 2019 após bairros da cidade passarem a registrar rachaduras em ruas e em edifícios diante da movimentação de enormes cavidades criadas como consequência da mineração, segundo autoridades.

O procedimento de preenchimento das minas, no entanto, ainda está em andamento.

No domingo, a prefeitura de Maceió informou que houve um rompimento em uma mina da empresa no bairro do Mutange, em trecho da lagoa Mundaú. O nível da água avançou por partes da região da lagoa que antes estavam secas.

Também nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) informou, em comunicado, que uma audiência de conciliação realizada na Justiça Federal em Alagoas com participação da Defensoria Pública da União, Ordem dos Advogados do Brasil e Braskem foi encerrada sem um acordo.

"A Braskem não apresentou proposta de avanço nas tratativas, assim como deixou de apresentar um cronograma para implementação imediata das medidas determinadas liminarmente", disse o MPF.

"Diante do descumprimento da decisão liminar, as instituições decidiram peticionar ao juiz para que seja fixada multa para que a empresa dê início à execução da determinação judicial o mais rápido possível."

No mês passado, a Braskem foi intimada de uma decisão da Justiça em nova ação de autoridades federais e de Alagoas envolvendo a ampliação da área de risco relacionada ao afundamento do solo e inclusão de mais famílias em plano de compensação financeira. O valor atribuído à ação pelos autores é de 1 bilhão de reais.