Setor petrolífero da Venezuela sofre revés com perda de licença dos EUA

Reuters

Publicado 18.04.2024 09:37

Por Marianna Parraga e Deisy Buitrago

HOUSTON/CARACAS (Reuters) - A perda pela Venezuela de uma importante licença dos Estados Unidos que lhe permitia exportar petróleo para mercados de todo o mundo e garantir investimentos deve afetar o volume e a qualidade de suas vendas de petróleo, ao mesmo tempo em que provoca uma enxurrada de solicitações de autorizações individuais de acordos com os EUA.

Autoridades norte-americanas haviam alertado que, na ausência de progresso do governo do presidente Nicolás Maduro na implementação de um roteiro eleitoral acordado no ano passado, os EUA não renovariam a licença 44, que desde outubro tem aliviado as sanções ao petróleo em vigor nos últimos cinco anos.

Na quarta-feira, o Tesouro deu às empresas 45 dias para encerrar as transações pendentes, especialmente as vendas de petróleo bruto e combustível, por meio de uma licença mais restritiva.

Também disse que processaria pedidos de autorização específicos para negócios com a Venezuela, um compromisso que as autoridades venezuelanas disseram esperar que os EUA honrem. Muitas empresas esperam há anos que Washington aprove acordos de energia que envolvem a Venezuela.

Mas o Tesouro também explicou que "a realização de novos negócios, incluindo novos investimentos previamente autorizados pela licença 44, não será considerada atividade de relaxamento", lançando dúvidas sobre que tipo de transações serão permitidas.

As autorizações concedidas anteriormente a empresas petrolíferas como Chevron (NYSE:CVX), Repsol (BME:REP) e Eni não foram retiradas, o que garante o fluxo de petróleo da Venezuela para Estados Unidos e Europa.

MOVIMENTOS POLÍTICOS

A retirada do elemento mais significativo do alívio das sanções dos EUA marca um grande retrocesso em relação à política do presidente norte-americano, Joe Biden, de reatar o relacionamento com Maduro.