Sob Lula, bancos públicos expandem crédito mais que os privados

Poder360

Publicado 13.04.2024 20:45

Atualizado 14.04.2024 07:10

Sob Lula, bancos públicos expandem crédito mais que os privados

Em uma política de fortalecimento de empresas estatais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os grandes bancos públicos expandiram mais a carteira de crédito em 2023 na comparação com os privados.

Dos 6 principais bancos brasileiros, a Caixa (+10,6%), o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) (10,3%) e o BNDES (7,4%) foram os que mais aumentaram o estoque de crédito total em relação a 2022.

Dentre os privados, a ampliação dos empréstimos foi menor. O Santander (BVMF:SANB11) abriu a carteira em 5,6% e o Itaú, em 3,1%. No Bradesco (BVMF:BBDC4), houve retração de 1,6%.

O Poder360 levantou os dados nos balanços financeiros das companhias. Leia o detalhamento abaixo:

A carteira de crédito equivale ao somatório de todos os empréstimos realizados por um banco em um determinado período. Geralmente é dividida em crédito empresarial e pessoal.

Em termos nominais, o Itaú contou com o maior estoque de dinheiro para empréstimos em 2023. Tinha R$ 1,2 trilhão no ano. Em seguida estão a Caixa e o Banco do Brasil, ambos com R$ 1,1 trilhão cada um.

Ao somar os saldos das instituições, percebe-se que as estatais foram responsáveis por emprestar mais dinheiro ao longo do ano:

  • BNDES, BB e Caixa – concentraram R$ 2,7 trilhões (+ 9,9% em relação ao somatório do ano anterior);
  • Bradesco, Itaú e Santander – R$ 2,6 trilhões (+2,9%).

Os bancos privados seguraram as pontas em 2023 diante de um cenário de juros mais elevados. Já os públicos decidiram expandir o crédito.

A Selic (taxa básica de juros) ficou a 13,75% ao ano de janeiro a agosto de 2023. Ou seja, passou 8 meses nesse patamar alto. Depois disso, caiu gradualmente a partir de cortes de 0,5 ponto percentual pelo Banco Central. Atualmente, está em 10,75% ao ano.

As instituições privadas foram pelo caminho oposto. Retraíram os empréstimos inclusive ao observar problemas setoriais, como no caso do varejo, exemplificado pelo rombo de R$ 40 bilhões apresentado pela Americanas (BVMF:AMER3).

h2 LUCRO/h2

Dos 3 bancos privados analisados, só 1 apresentou expansão anual no lucro líquido recorrente. O Itaú tinha registrado R$ 30,8 bilhões em 2022 e terminou 2023 com R$ 35,6 bilhões. O aumento foi de 15,7%.

Bradesco (-21,2%) e Santander (-27,3%) tiveram encolhimento anual dos resultados. Eis os dados abaixo:

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Na contramão, a maioria dos bancos públicos tiveram aumento no lucro ao fim de 2023. A exceção foi o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com retração de 4,8%.

Mesmo com a expansão, as 3 instituições do Estado juntas tiveram um resultado nominal menor que as privadas:

  • BNDES, BB e Caixa – lucro líquido de R$ 58,1 bilhões (+8,4% em relação ao somatório do ano anterior);
  • Bradesco, Itaú e Santander – R$ 61,3 bilhões (- 14,1%).
h2 INADIMPLÊNCIA/h2

A variação da taxa de pagamentos atrasados acima de 90 dias se comportou de forma similar entre os bancos públicos e privados.

O índice só caiu para o Itaú e para o BNDES, cerca de 0,1 ponto percentual em ambos os casos. Leia abaixo:

O Bradesco teve a taxa mais elevada (5,1%) para os bancões e o maior aumento (0,8 p.p.) em 1 ano.

O BNDES, além de ter queda no indicador, apresentou a menor porcentagem nominal de inadimplência, de 0,01%. O estatal banco de fomento tem historicamente o índice abaixo de 1,0%.

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