S&P Global vê perspectiva complexa para economias da América Latina neste ano

Reuters

Publicado 01.02.2024 15:18

Por Marion Giraldo

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Os riscos geopolíticos e as mudanças de liderança, como no caso da Argentina, continuam a representar os principais desafios para os perfis soberanos das economias emergentes, particularmente na América Latina, disse a agência de crédito S&P Global nesta quinta-feira.

Em uma webconferência com a mídia e investidores, a agência explicou que, embora alguns países da região possam continuar a enfrentar altos custos de financiamento, os déficits fiscais permanecem em condições piores do que nos dias pré-pandêmicos.

Atualmente, a S&P tem sete países da região com perspectiva negativa, incluindo Panamá, Colômbia, Peru e Chile, devido às baixas perspectivas de crescimento e complicações com suas respectivas reformas.

No caso da Argentina, onde o presidente libertário Javier Milei venceu a eleição no ano passado com a promessa de romper com o status quo, a S&P vê riscos nos swaps de dívida local neste ano que poderiam aumentar os cenários de inadimplência.

"Nada vai se mover em linha reta nessa situação, haverá curvas e movimentos estranhos, esperamos mudanças", disse Joydeep Mukherji, diretor-gerente de ratings soberanos para as Américas da S&P Global.

Várias das reformas anunciadas por Milei no início de seu governo tiveram de ser revertidas ou repensadas. "A questão é quanto dessa ambiciosa agenda será implementada e qual será o tamanho do impacto positivo inicial, pelo menos nos primeiros meses após o choque inicial", acrescentou.

Uma nota positiva para a nação sul-americana é a prorrogação do programa de crédito do Fundo Monetário Internacional até 31 de dezembro, um fator que dará ao novo governo tempo para implementar o programa atual para estabilizar sua economia.