Suzano, Vale, Marfrig, Itaú, Santander e Rabobank criam empresa de preservação florestal

Reuters

Publicado 12.11.2022 12:05

SÃO PAULO (Reuters) - Três grandes empresas de commodities do Brasil e três bancos se juntaram para criar uma empresa florestal que tem como meta atingir em 20 anos uma soma de áreas protegidas equivalente ao Estado do Rio de Janeiro.

O projeto de criação da Biomas foi apresentado neste sábado durante a Conferência do Clima COP27, no Egito, por Suzano (BVMF:SUZB3), Vale (BVMF:VALE3), Marfrig (BVMF:MRFG3), Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), Santander Brasil (BVMF:SANB11) e Rabobank.

Cada uma participa da Biomas por meio de um investimento de 20 milhões de reais a serem destinados a suportar os primeiros anos de atividade da empresa, que propõe um modelo de negócio baseado em comercialização de créditos de carbono.

O grupo de empresas formadoras da Biomas poderá eventualmente ser ampliado no futuro.

A nova empresa tem meta de alcançar em duas décadas uma área de 4 milhões de hectares de matas nativas protegidas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.

Destes 4 milhões, 2 milhões corresponderão a restauração de áreas degradadas a partir do plantio de aproximadamente 2 bilhões de árvores nativas. Questionada, a Suzano afirmou que a Biomas não tem áreas da companhia, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, e que terá atuação independente.

A Suzano informou que a Biomas não pretende adquirir áreas, mas sim fazer parcerias com proprietários de terras por meio do compartilhamento de parte da receita a ser gerada com a venda dos créditos de carbono.

A iniciativa foi anunciada em um momento em que o Brasil segue batendo recordes de desmatamento na Amazônia durante o governo de Jair Bolsonaro. Em outubro, a área de floresta destruída no bioma somou quase 904 quilômetros quadrados, o maior nível para o período desde que o rastreamento começou em 2015 e um aumento de 3,1% na comparação com outubro do ano passado, segundo dados de satélite coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De janeiro a outubro, foram desmatados da Amazônia 949.400 hectares, o equivalente a uma área mais de 12 vezes o tamanho da cidade de Nova York e também um recorde para o período, superando em 12,7% o recorde anterior de 2019.

"Não há mais tempo para promessas, é hora da ação”, disse o presidente da Suzano, Walter Schalka, em comunicado à imprensa sobre o lançamento da Biomas.

Há cerca de um ano, seis redes europeias de supermercados, incluindo uma subsidiária do Carrefour (BVMF:CRFB3) anunciaram que não venderão mais uma parte ou todos os derivados de carne bovina do Brasil devido ao desmatamento da Amazônia.

As empresas da aliança Biomas estimam que o projeto poderá reduzir da atmosfera cerca de 900 milhões de toneladas de carbono equivalente em 20 anos, mas não informaram uma projeção sobre o montante de créditos que este volume de carbono poderá gerar.

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