Suzano vê dinâmica de oferta e demanda de celulose "apertada" e preços firmes no 4º tri

Reuters

Publicado 28.10.2022 11:15

Atualizado 28.10.2022 11:55

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano (BVMF:SUZB3) está vendo uma relação de oferta e demanda por celulose justa nos mercados internacionais e está otimista sobre os patamares de preços da commodity para o quarto trimestre, afirmaram executivos nesta sexta-feira.

Apesar disso, a companhia se mostra incomodada com a volatilidade de preços da celulose nos mercados globais, entendendo que não é positiva para a empresa ou para os clientes e por isso vai trabalhar em 2023 para tentar reduzir variações bruscas.

"O ambiente de volatilidade de preços não é bom para os clientes e para nós... Toda a cadeia está afetada por isso e nossa ambição é reduzir isso ao longo do tempo", afirmou o presidente da Suzano, Walter Schalka, em teleconferência com analistas.

"Vamos trabalhar sobre isso no próximo ano, vamos ter esquemas como preço fixo, teto e piso, mas vamos proteger nossos preços quando o preço cair", disse o executivo.

Segundo o diretor de celulose da Suzano, Leonardo Grimaldi, o cenário sobre entrada da novas capacidades de produção de celulose em 2023 ainda está claro, com chances de paradas de manutenção não programadas na indústria e atrasos em projetos.

Grimaldi afirmou que os estoques de celulose em portos da Europa e Ásia estão em níveis reduzidos, principalmente em fibra curta, o que ajuda a manter a precificação da companhia, que tenta correr para atender pedidos de clientes na Ásia onde enfrentou atrasos de entregas.

Com isso, a Suzano não pretende ampliar estoques de celulose neste final de ano. "Vemos demanda consistente na Europa, Estados Unidos, América Latina e China...Temos um cenário de curto prazo muito bom", disse o executivo.

Questionados sobre interesse da Suzano em novas consolidações no segmento de papel tissue, após o anúncio nesta semana de compra dos ativos da Kimberly-Clark (NYSE:KMB) no setor no Brasil, o diretor de produtos de consumo da Suzano, Luis Costa Bueno afirmou que a prioridade da empresa nos próximos meses está em integrar as instalações adquiridas, que vão ampliar a presença da companhia no setor para a região Sudeste.