UAW amplia greve contra Stellantis para fábrica de picapes

Reuters

Publicado 23.10.2023 14:08

Por David Shepardson e Joseph White

WASHINGTON/DETROIT - O sindicato United Auto Workers (UAW, em inglês) anunciou nesta segunda-feira greve na maior fábrica da Stellantis (NYSE:STLA) nos Estados Unidos, atingindo a lucrativa produção da picape RAM 1500, em uma grande expansão do movimento por melhores salários e condições de trabalho que já dura mais de um mês.

Em greve contra as três grandes montadoras de Detroit -- Stellantis, General Motors (NYSE:GM) e Ford (NYSE:F) --, o UAW afirmou que a paralisação de 6.800 trabalhadores da fábrica da companhia em Michigan deve-se ao fato de a Stellantis ter apresentado a "pior proposta" de reajuste salarial e outros termos.

Mais de 40 mil integrantes do UAW que trabalham na Ford, GM e na Stellantis estão em greve desde 15 de setembro -- cerca de 27% da força de trabalho total das montadoras nos Estados Unidos -- parte de uma campanha inédita de paralisações simultâneas contra as três montadoras de Detroit.

O sindicato exige aumento salarial de 40%, incluindo um reajuste imediato de 20% e melhorias nos benefícios, assim como a extensão de acordos trabalhistas da categoria aos funcionários de fábricas de baterias de veículos elétricos.

"Os trabalhadores estão pedindo muito. É muito difícil para as montadoras aceitarem tudo isso e, se aceitarem, as ações serão punidas no mercado. É uma situação muito complicada", disse Tim (BVMF:TIMS3) Ghriskey, estrategista sênior de investimentos da Ingalls & Snyder.

Na sexta-feira, o presidente da United Auto Workers, Shawn Fain, havia alertado sobre mais paralisações nas fábricas de picapes e utilitários esportivos dos EUA, a menos que as montadoras melhorassem as ofertas de salários e benefícios, insistindo que as empresas podem pagar mais do que as propostas na mesa.