Ucrânia acusa Rússia de usar usina como "escudo nuclear" após ataque que diz ter matado 13

Reuters

Publicado 10.08.2022 09:48

Por Pavel Polityuk

KIEV (Reuters) - A Ucrânia acusou nesta quarta-feira a Rússia de explorar sua posição em uma usina nuclear que ocupou para atingir uma cidade próxima em um ataque com foguetes que matou pelo menos 13 pessoas e deixou muitas outras gravemente feridas.

A cidade que a Ucrânia diz ter sido alvejada pela Rússia --Marhanets-- é aquela que, segundo a Rússia, as forças ucranianas usaram no passado para bombardear as forças russas que estão na usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada em março.

Ucrânia e Rússia acusaram-se mutuamente de pôr em perigo a segurança da usina --a maior da Europa-- com ataques nas proximidades.

Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), fez um apelo aos dois lados para serem moderados, alertando para o "risco muito real de um desastre nuclear".

E ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Sete principais países mais industrializados exigiram nesta quarta-feira que a Rússia devolva imediatamente o controle da usina para a Ucrânia, algo que parece improvável que Moscou faça.

Não houve comentários imediatos da Rússia sobre as alegações ucranianas de um ataque com foguete a Marhanets e a Reuters não pôde verificar de forma independente os relatos.

Moscou diz que não visa deliberadamente civis no que chama de "operação militar especial" na Ucrânia, destinada a salvaguardar preventivamente sua própria segurança contra a expansão da aliança militar da Otan.

Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelenskiy, acusou a Rússia de lançar ataques contra cidades ucranianas a partir da usina nuclear de Zaporizhzhia, sabendo que era arriscado para a Ucrânia revidar.

"Oitenta foguetes reativos disparados contra prédios residenciais", escreveu Yermak no serviço de mensagens Telegram, referindo-se ao ataque a Marhanets.

"A nação terrorista continua lutando contra os civis. Os covardes russos não podem fazer mais nada, então eles atacam cidades ignobilmente escondidos na usina atômica de Zaporizhzhia", escreveu ele.

A Ucrânia, que acusa Moscou de travar uma guerra de agressão não provocada ao estilo imperial, diz que cerca de 500 soldados russos com veículos pesados ​​e armas estão estacionados na usina, onde técnicos ucranianos continuam trabalhando.