Usiminas vê chance de margens mais apertadas no 2º tri

Reuters

Publicado 20.04.2023 11:50

Atualizado 20.04.2023 13:16

SÃO PAULO (Reuters) -A Usiminas (BVMF:USIM5) está vendo a possibilidade de "margens mais apertadas" no segundo trimestre, diante de um cenário de custos de matéria-prima em alta e uma demanda por aço pressionada por fatores como restrições ao crédito e juros elevados, disse o diretor financeiro, Thiago Rodrigues, nesta quinta-feira.

"Em termos gerais, a gente não deve ver uma mudança significativa, mas existe a possibilidade de margens um pouco mais apertadas", disse o executivo em conferência com analistas sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre, divulgados mais cedo.

A possibilidade decorre, segundo Rodrigues, da combinação de custos maiores de matérias-primas verificados no primeiro trimestre e um mercado interno reprimido.

No primeiro trimestre, a Usiminas teve margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (margem Ebitda) ajustada de 11%, uma queda de nove pontos percentuais sobre o desempenho de um ano antes.

Ao redor de 12h50, as ações da siderúrgica recuavam 1,07%, enquanto o Ibovespa mostrava avanço de 0,23%.

O diretor comercial da Usiminas, Miguel Camejo, comentou que o cenário está "muito desafiador" na demanda, com juros altos, crédito restrito e muitas reformas econômicas que ainda estão para acontecer".

Camejo não citou valores, mas afirmou ainda que há um "viés de alta" para os preços de aço no Brasil por conta da pressão dos custos com matérias-primas.

No início desta semana, a associação Aço Brasil, que reúne siderúrgicas do país, revisou para baixo sua expectativa de vendas da liga pelo setor em 2023 de alta de 1,9% para queda de 0,7%, diante de incertezas sobre a demanda interna.

Segundo o diretor comercial da Usiminas, os preços de aço da empresa em março ficaram entre 1% e 1,5% abaixo da média do primeiro trimestre, com impacto de um pior mix de vendas -- maior presença de produtos de menor valor agregado.

"Enxergamos esse mix muito parecido ao longo do segundo trimestre, sem grandes variações", afirmou o executivo.

Questionado sobre os contratos com montadoras de veículos que vencem em abril, Camejo disse que eles foram renovados com quedas de preço da ordem de 12%, semelhante ao que ocorreu com os contratos de janeiro.