Usinas terão dificuldade para implementar alta de preços, diz Inda

Reuters

Publicado 24.01.2024 12:12

Atualizado 24.01.2024 13:15

SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de aço no Brasil terão dificuldade para implementar aumentos de preços neste início de ano em meio a importações ainda elevadas de aço no país, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aços Planos, Inda, Carlos Loureiro.

Segundo o dirigente, "há rumores no mercado" sobre aumentos nos preços de aços planos das usinas nacionais da ordem de 5% a 7%, mas se referem à implementação em fevereiro.

"Com esse nível de preço (internacional) que está hoje, não dá para as usinas", disse Loureiro. "Vejo dificuldade em implantação de aumentos", afirmou em entrevista a jornalistas citando o contexto em que as siderúrgicas tentam convencer o governo a aumentar imposto de importação de aço para 25%.

O presidente do Inda comentou ainda que a alta no volume de importações de aço no Brasil em dezembro ante novembro "foi surpreendente" depois de sinalizarem desaceleração em outubro e novembro.

Segundo dados do Inda, as importações de aço plano pelo Brasil em dezembro somaram 276,9 mil toneladas, se aproximando do pico do ano passado registrado em setembro. Ante novembro, as importações de aços planos cresceram 30,6% e na comparação com dezembro de 2022 avançaram 67%.

Para Loureiro, porém, é "improvável" que as importações deste ano sejam maiores que as do ano passado, quando o mercado nacional registrou um incremento de 48% na internalização de aço produzido no exterior.

Questionado sobre as negociações de contratos de fornecimento de aços planos entre montadoras de veículos e siderúrgicas que vencem em janeiro, Loureiro afirmou que "houve pequenos ajustes negativos".

A expectativa do Inda para as vendas dos distribuidores de aços planos este ano é de crescimento de 3% ante o volume comercializado em 2023 de 3,8 milhões de toneladas, que por sua vez marcou alta de 1,9% ante 2022.

Parte da expectativa é explicada por previsões do setor automotivo, que espera incremento de vendas, e com recuperação no setor de máquinas e equipamentos, que responde por cerca de um terço da venda de aço no Brasil, disse Loureiro.