Áustria inicia 4º lockdown, e casos de Covid voltam a disparar na Europa

Reuters

Publicado 22.11.2021 09:28

Por Francois Murphy e Maria Sheahan

VIENA/BERLIM (Reuters) - A Áustria iniciou seu quarto lockdown nacional nesta segunda-feira para tentar conter a Covid-19 , e dezenas de milhares de pessoas, muitas delas apoiadoras da extrema-direita, protestaram em Viena contra a retomada de restrições à circulação enquanto a Europa volta a se tornar o epicentro da pandemia de coronavírus.

O governo austríaco também anunciou que tornará a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro no país, onde muitos são profundamente céticos a respeito das imunizações, uma visão estimulada pelo Partido da Liberdade de extrema-direita, o terceiro maior do Parlamento austríaco.

As ruas de Viena estavam mais tranquilas do que o normal nesta segunda-feira, quando terraços de cafés ficaram vazios e a maioria das lojas permaneceu fechada.

Cerca de 40 mil pessoas protestaram pacificamente na capital austríaca no sábado, e somente seis foram presas, mas protestos contra a reativação de restrições concebidas para impedir uma nova disseminação da Covid-19 se tornaram violentos na Bélgica e na Holanda durante o final de semana.

Os mercados de ações começaram a semana com uma postura cautelosa depois de registrarem uma segunda queda semanal consecutiva, e o euro passou apuros nas mãos de negociadores que pesam os riscos de novos lockdowns.

"O problema na Europa é a disseminação da Covid-19, que significa que mais lockdowns e outras restrições de saúde em parte contra os não-vacinados devem aumentar rapidamente nas próximas duas semanas", disse Sebastian Galy, estrategista da Société Générale (PA:SOGN).

"Isto, por sua vez, deve ter um impacto negativo em alguns serviços e impactar negativamente o crescimento."

Cerca de 66% da população da Áustria está totalmente vacinada contra a Covid-19, uma das taxas mais baixas da Europa Ocidental.

Restaurantes, cafés, bares, teatros, comércios não-essenciais e cabeleireiros não poderão abrir as portas durante 10 dias, e talvez até durante 20, diz o governo.