Varejistas perdem valor com a alta da inflação e curto prazo não é animador

Investing.com

Publicado 21.09.2021 17:06

Atualizado 21.09.2021 18:49

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - Queridinhas do mercado no ano passado, as empresas de varejo amargam quedas na bolsa em 2021. O otimismo do avanço da vacinação e da reabertura da economia foi barrado pelas previsões desanimadoras ligadas à inflação e à redução do poder de compra das famílias.

De acordo com dados do BB Investimentos, desde o início do ano, as ações da Magazine Luiza (SA:MGLU3) caíram 33,5% e as da Via (SA:VIIA3) recuaram 47,6%. Esse é um retrato de como as expectativas do mercado para o setor foram frustradas, segundo Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos.

O analista explica que a alta no ano passado nos preços dos ativos de varejo, principalmente os relacionados ao e-commerce, foi causada não apenas pelos resultados fortes que as empresas tiveram durante o isolamento social, mas também motivada pelas previsões de que, com a proximidade do fim da pandemia, a retomada da economia seria extremamente positiva. Mas os dados econômicos não apresentam toda essa melhora e a expectativa para os próximos trimestres não é muito animadora, especialmente por causa da inflação.

Segundo o Boletim Focus desta semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 deverá ser 8,35%, bem acima do centro da meta de 3,75%. Para 2022, os especialistas projetam a inflação a 4,10%. Para a Taxa Selic, os analistas esperam que ela termine o ano em 8,25% e para o ano que vem, chegue a 8,50%.

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A inflação mais alta afeta diretamente o poder de compra das famílias, o que deve impactar principalmente os segmentos do varejo que são menos essenciais, como o de vestuário, diz Cavalheiro. Ainda assim, o gestor explica que o mercado não quer ficar exposto a essa movimentação.

Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, também enxerga na inflação um problema e aguarda para ver qual será a política adotada pelo governo para controlar a situação. Para ele, a alta nos juros pode não ter um efeito imediato no parcelamento de compras das famílias, mas deve impactar a confiança. Isso pode fazer com que o consumidor adie compras menos necessárias ou de valores mais altos.

Ainda assim, Cavalheiro comenta que a queda nos ativos está um pouco exagerada, considerando que a maioria das empresas está capitalizada e investindo em expansão e na melhoria da experiência do consumidor e de lojistas parceiros. Isso abre uma oportunidade de compra, dependendo da estratégia de cada investidor, pensando em um longo prazo que supere os próximos trimestres.

h2 E-commerce/h2

A venda digital ganhou muita força ao longo de 2020, o que trouxe uma base de comparação forte para as empresas desse segmento. Serra explica que essa tendência deve continuar, mas em um ritmo menos acelerado.

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Para ele, a pandemia criou um novo hábito de consumo, que deve ser mantido, principalmente para situações mais práticas da vida, como mercado ou fármacia.

Serra alerta que a chegada de players internacionais, principalmente vindos da Ásia, ainda não é um problema para as empresas nacionais, mas já começa a incomodar. Por isso, as varejistas brasileiras estão reagindo, com a redução de prazos de entrega e revendo as políticas de fretes.

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