TCU vê riscos na venda de refinarias; Petrobras diz que mercado requer adaptações

Reuters

Publicado 05.08.2021 15:17

Atualizado 05.08.2021 17:36

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Tribunal de Contas da União (TCU) verificou haver risco ao pleno abastecimento de todos os mercados regionais de combustíveis, tendo em vista os desinvestimentos da Petrobras (SA:PETR4), após realizar uma auditoria sobre o tema, conforme nota publicada em seu site.

O órgão federal disse ainda que as vendas de ativos da petroleira estatal colocam em risco desenvolvimento e à reorganização do mercado de refino de petróleo no Brasil.

As conclusões ocorreram após auditoria de natureza operacional para verificar como o governo federal tem atuado para reorganizar o mercado nacional de refino, tendo em vista o plano de venda de ativos da empresa.

Questionado durante uma coletiva de imprensa, o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo, afirmou que o movimento do TCU é natural, uma vez que a abertura do mercado demanda uma série de adaptações.

O executivo ponderou que não teve acesso ao relatório do TCU, mas que a petroleira tem conhecimento de que é uma auditoria que não tem relação direta com o processo de desinvestimento da Petrobras.

"Não é um processo de auditoria do nosso processo de desinvestimento", frisou, destacando que a empresa permanece comprometida com o movimento de abertura do mercado de refino e de gás natural.

"É claro que (a abertura) é um movimento extremamente favorável, mas demanda uma série de adaptações, então acho que é algo natural que a gente passe... por esse movimento de adaptação com o novo mercado, mais competitivo", afirmou.

A Petrobras planeja vender todas as suas refinarias fora dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, como parte de um amplo planejamento para a abertura do mercado de refino brasileiro, em busca de mais investimentos e competição.

Procurado, o TCU não respondeu imediatamente a pedidos de mais informações sobre a auditoria.

Mais cedo, Araujo destacou não ver movimentos contrários do TCU em relação à venda da refinaria Rlam ao grupo Mubadala, a qual a empresa planeja concluir ainda neste ano ou no início de 2022.

Das demais refinarias à venda, o diretor citou que as mais avançadas eram Reman, Lubnor e SIX.