Vibra, Suzano e Petrogal se juntam para discutir negócio de SAF a partir do Brasil

Estadão Conteúdo

Publicado 17.04.2024 11:58

Atualizado 17.04.2024 15:10

Vibra, Suzano e Petrogal se juntam para discutir negócio de SAF a partir do Brasil

A distribuidora de combustíveis Vibra, a fabricante de celulose Suzano (BVMF:SUZB3) e a empresa de refino Petrogal (Galp) se juntaram para discutir uma investida no negócio de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do Brasil. O anúncio foi feito por executivos das três empresas no Web Summit, evento de tecnologia que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

O chamado 'cluster' voltado à SAF ainda está aberto e deve receber pelo menos mais uma empresa de grande porte nas próximas semanas. As atividades vão começar com um primeiro encontro de executivos e técnicos em 14 de maio. Depois, serão realizados encontros periódicos para vencer três etapas antes de eventual investimento firme no setor. Por ora, as empresas vão disponibilizar recursos técnicos e podem vir a fazer aportes em pesquisa.

Na primeira etapa da cooperação, o trio de empresas vai discutir estratégias e rever estudos sobre o tema. Em um segundo momento, será hora de viabilizar soluções para SAF, com possível atração de startups. A terceira e última fase é de negócios, quando as empresas vão de fato fazer investimentos em tecnologia e determinada rota de produção do biocombustível.

O diretor de Operações da Vibra Energia (BVMF:VBBR3), Marcelo Bragança, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a companhia olha de forma "bem aberta" para oportunidades em biocombustíveis e que, se fizer sentido, pode participar também da produção de SAF, expandindo para dar um passo atrás na cadeia, já que hoje atua focada na distribuição e comercialização de combustível de aviação.

A Vibra já estuda investimentos junto à Inpasa para erguer uma unidade de produção de metanol verde, combustível que pode ser usado por navios. Segundo Bragança, uma decisão final de investimento será tomada ainda em 2024. A Vibra também detém participação na Zeg Biogás. Seria um passo natural, portanto, entrar em negócios relacionados à SAF, combustível de alto valor agregado e com demanda crescente nos próximos anos graças a mandatos crescentes na mistura do querosene de aviação.

"A palavra chave aqui é cooperação, unir forças com empresas de referência. O Brasil tem um potencial enorme para não ser apenas um exportador de matéria prima para SAF. Temos muita biomassa e um custo de fabricação de combustíveis renováveis muito competitivo", disse Bragança.

Rotas

Segundo a engenheira de Desenvolvimento de Projetos da Petrogal Brasil, Heloisa Althoff, a Galp já produz combustível de aviação e já tem como objetivo misturar 5% de SAF, chegando à totalidade renovável em 2050. Ela destacou as três rotas de fabricação de SAF de maior interesse da Petrogal, a partir do etanol, do metanol e do processo químico Fischer-Tropsch, que faz o hidrotratamento de óleos vegetais para gerar diesel verde ou SAF.

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De sua parte, a diretora de Novos Negócios da Suzano, Alessandra Carazzato, disse que a companhia quer fazer parte da solução e citou como rota possível a produção de biocombustíveis por meio de biomassa, que no caso da companhia seria, sobretudo, resíduo de madeira.

Potencial

Bragança, da Vibra, lembrou que 15% das emissões globais de gases do efeito estufa resultantes de transporte vêm do modal aéreo e são consideradas de difícil substituição. Por isso, o mundo já trabalha com mandatos ou previsão de mandatos para SAF, caso do Brasil a partir de 2027. Com isso, a demanda pelo biocombustível deve escalar no fim da década.

"O mundo consome 100 milhões de barris de petróleo por dia. Desses, 7 milhões vão para combustível de aviação. E as emissões da aviação são de difícil abatimento por vários motivos, como as longas distâncias percorridas. O SAF tem o potencial de ser a alternativa mais viável e está crescendo exponencialmente", disse.

Segundo o executivo, em 2022, foram 300 mil m³ de SAF produzidos no mundo, um volume que dobrou em 2023 e deve triplicar em 2024 para 1,8 milhão de m³ em 2024, puxado por mandatos de países europeus.

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