Vision Pro, da Apple, é dispositivo impressionante para poucos compradores, dizem analistas

Reuters

Publicado 06.06.2023 14:15

Atualizado 06.06.2023 14:51

Por Aditya Soni

(Reuters) - Os analistas elogiaram nesta terça-feira o Vision Pro, da Apple (NASDAQ:AAPL), por sua tecnologia impressionante, mas alertaram que levará alguns anos até que os óculos de realidade aumentada de 3.499 dólares sejam amplamente adotados.

O dispositivo, que os investidores receberam com pouco entusiasmo, marcou a primeira nova linha de produtos da empresa desde o lançamento do Apple Watch há quase uma década.

O presidente-executivo, Tim Cook, disse que o dispositivo pode desencadear o surgimento da "computação espacial", onde o conteúdo digital se mistura com o mundo físico, assim como o iPhone mudou o mundo dos celulares.

Essa visão, segundo analistas, poderá levar algum tempo para se materializar, uma vez que o preço elevado provavelmente irá dissuadir a maioria dos compradores, além do produto não possuir nenhum uso claro além do entretenimento em um mercado de realidade aumentada ainda incipiente.

"A Apple provou que tem uma visão do papel que a tecnologia de realidade aumentada pode desempenhar para os consumidores... e o Vision Pro pareceu elegante/diferenciado em relação aos existentes e apresenta um claro potencial", disseram analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS).

"No entanto, o Vision Pro não está pronto para consumo em massa", acrescentaram, apontando para, entre outros problemas, uma bateria externa volumosa e a falta de um "aplicativo viral".

Alguns analistas também alertaram que as ofertas de realidade aumentada mais baratas da Meta, líder de mercado, pode ser um impedimento, já que o Meta Quest 2 está sendo vendido por 299 dólares e seu sucessor, divulgado na semana passada, Meta Quest 3, custa 499 dólares.

"Embora a Apple represente o maior desafio à Meta desde a entrada da proprietária do Facebook (NASDAQ:META) nesse segmento, ela não conseguirá ultrapassar a Meta em termos de envio", disse Harmeet Singh Walia, analista sênior da Counterpoint Research.