Ações chinesas de tecnologia despencam após SEC adotar regra de deslistagem de papéis

Reuters

Publicado 25.03.2021 10:07

Atualizado 25.03.2021 16:15

Por Katanga Johnson e Scott Murdoch

WASHINGTON/HONG KONG (Reuters) - As ações de empresas chinesas com listagem dupla caíram fortemente nesta quinta-feira na Ásia, depois que o regulador de valores mobiliários dos Estados Unidos adotou medidas que expulsariam empresas estrangeiras das bolsas de valores norte-americanas se elas não cumprirem padrões de auditoria norte-americano.

O movimento da Securities and Exchange Commission (SEC) contribui para a repressão regulatória sem precedentes na China sobre as empresas de tecnologia nacionais.

O "Holding Foreign Companies Accountable Act", sancionado pelo então presidente Donald Trump em dezembro, busca deslistar empresas chinesas das bolsas dos EUA se elas não seguirem os padrões de auditoria norte-americanos por três anos consecutivos.

As regras também exigem que as empresas provem à SEC que não pertencem ou são controladas por alguma entidade de um governo estrangeiro e não nomeiam membros de conselho de administração que sejam funcionários do Partido Comunista Chinês, disse a SEC em um comunicado na quarta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a decisão da SEC prejudica a reputação dos mercados de capitais dos EUA.

"É claramente discriminatório contra as empresas chinesas, é uma repressão política desenfreada das empresas chinesas listadas nos EUA", disse a porta-voz Hua Chunying nesta quinta-feira.

"Isso priva o público e os investidores dos EUA de compartilhar o crescimento das empresas chinesas. Isso prejudicará a posição dos EUA como mercado de capitais."

"Exigimos que os EUA a pararem de politizar a regulamentação de segurança, parem com práticas discriminatórias contra as empresas chinesas e proporcionem um ambiente de negócios justo e não discriminatório para todas as empresas listadas nos Estados Unidos."

A Comissão de Valores Mobiliários da China (CSRC) não respondeu imediatamente a um pedido de comentários da Reuters.