Airbnb vai excluir anúncios de imóveis em assentamentos de Israel na Cisjordânia

Reuters  |  Autor 

Publicado 19.11.2018 19:13

Airbnb vai excluir anúncios de imóveis em assentamentos de Israel na Cisjordânia

Por Dan Williams

JERUSALÉM (Reuters) - A companhia norte-americana de aluguel de imóveis para temporada Airbnb anunciou nesta segunda-feira que vai excluir anúncios relacionados a ocupações de Israel na Cisjordânia, uma decisão que o governo israelense chamou de "capitulação miserável" a defensores de boicote e que foi comemorada por palestinos como um passo em direção à paz.

A decisão da empresa afeta cerca de 200 anúncios e deve ser executada nos próximos dias, afirmou a Airbnb.

Israel capturou a Cisjordânia na guerra de 1967. Os assentamentos do país na região são considerados ilegais pela maior parte das potências mundiais. Os palestinos consideram os assentamentos, e a presença militar que os protegem, como obstáculos para o estabelecimento de seu Estado.

"Concluímos que deveríamos remover os anúncios em assentamentos israelenses na Cisjordânia que estão no centro da disputa entre israelenses e palestinos", afirmou a Airbnb em comunicado.

"Nossa esperança é que algum dia um acordo seja feito, onde toda a comunidade global esteja alinhada para que haja uma solução para este conflito histórico e um caminho livre para ser seguido por todos."

O ministro do Turismo de Israel, Yariv Levin, classificou a decisão da Airbnb de "mais miserável das capitulações miseráveis aos esforços de boicote".

Falando ao canal de televisão 13, de Israel, o ministro disse que o país não foi informado antecipadamente sobre a decisão e que vai responder por meio de apoio a processos que sejam abertos por donos de imóveis listados no serviço em tribunais nos Estados Unidos.

Waleed Assraf, chefe de um grupo palestino contra os assentamentos que é dirigido pela Organização para Libertação da Palestina, saudou a decisão da Airbnb. Se outras empresas seguirem a decisão da companhia norte-americana, "isto vai contribuir para o atingimento da paz".

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou que a decisão da Airbnb foi tomada na véspera da publicação de relatório da entidade sobre os anúncios de imóveis de temporada nos assentamentos, algo que inclui a companhia norte-americana.