Chinesa Didi desafia mercado da Uber na América Latina

Reuters

Publicado 11.11.2019 13:47

Por Julia Love

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A região da América Latina foi o ponto mais fraco no resultado trimestral da Uber (NYSE:UBER), registrando crescimento de apenas 2%, a pior performance entre todas as áreas em que a empresa de transporte por aplicativo opera.

O principal responsável pelo performance foi a chinesa Didi Chuxing, que no Brasil controla a 99 e está atravessando por rápido crescimento na América Latina.

Tanto Uber quando Didi têm entre os sócios o grupo japonês SoftBank, que prometeu investir bilhões de dólares em empresas de tecnologia da América Latina.

A disputa das duas empresas é mais pronunciada no México, onde a Uber tem na Didi a primeira competidora séria. A empresa chinesa já capturou cerca de 30% de mercado nas cidades onde iniciou operação desde o lançamento no México no ano passado, segundo ex-funcionários da Didi.

Já a Uber Eats, o serviço de entrega de comida da Uber, enfrenta ferrenha competição da colombiana Rappi, que recebeu investimento de 1 bilhão de dólares da SoftBank mais cedo neste ano.

A Didi afirmou em comunicado que "enxerga tremenda oportunidade para crescimento" na América Latina.

"Atualmente, menos de três em cada 10 mexicanos usam serviços de transporte por aplicativos e menos que 1 em cada 10 usam apps de entrega de comida", disse a Didi. "Estamos entusiasmados sobre onde estaremos após 18 meses."

Representantes da Uber e da Softbank não comentaram o assunto.

Espalhando-se por 32 cidades, a presença da Didi no México é a maior da empresa fora da China sob a marca Didi.

A competição além dos táxis é uma novidade para a Uber no México. Antes da chegada da Didi, a Uber tinha 87% do mercado mexicano de transporte por aplicativo, segundo levantamento de 2017 da Dalia Research, empresa alemã de pesquisa de mercado.

Agora, a Uber não só tem perdido mercado como também talentos para empresas como Didi, Rappi e a indiana Oyo, uma startup de hospedagem financiada pelo SoftBank. Até a startup de cozinhas compartilhadas CloudKitchens contratou pelo menos um ex-executivo da Uber na região, afirmaram fontes com conhecimento do assunto.