Foxconn pede desculpa por erro em pagamento após revolta de trabalhadores na China

Reuters

Publicado 24.11.2022 10:22

Por Yimou Lee e Brenda Goh

TAIPÉ/XANGAI (Reuters) - A Foxconn (TW:2354), uma fornecedora da Apple (NASDAQ:AAPL), disse nesta quinta-feira que ocorreu um "erro técnico" relacionado ao pagamento de funcionários na maior fábrica de iPhones do mundo, na China, e pediu desculpas aos trabalhadores depois que a unidade foi chacoalhada por protestos.

Homens quebraram câmeras de vigilância e entraram em confronto com o pessoal de segurança na quarta-feira, enquanto centenas de trabalhadores protestavam na fábrica na cidade de Zhengzhou. As raras cenas de dissidência pública na China foram provocadas por reclamações de pagamentos atrasados ​​e frustração com as severas restrições de Covid-19.

Em vídeos que circularam nas mídias sociais, os trabalhadores disseram ter sido informados de que a empresa pretendia atrasar o pagamento de bônus. Alguns também reclamaram que foram forçados a dividir dormitórios com colegas que testaram positivo para Covid-19.

"Nossa equipe está investigando o assunto e descobriu que ocorreu um erro técnico durante o processo de integração", disse a Foxconn em comunicado, referindo-se à contratação de novos funcionários.

"Pedimos desculpas por um erro de admissão no sistema de computador e garantimos que o pagamento real é o mesmo acordado nos cartazes oficiais de recrutamento", sem dar mais detalhes.

O pedido de desculpas foi uma reviravolta em relação ao dia anterior, quando a Foxconn disse que havia cumprido seus contratos de pagamento. A fábrica emprega mais de 200 mil trabalhadores e produz dispositivos incluindo iPhones 14 Pro e Pro Max. A planta fabrica cerca de 70% dos iPhones globalmente.

As revoltas de maior magnitude diminuíram e a empresa está se comunicando com funcionários envolvidos em protestos menores, disse à Reuters uma fonte da Foxconn familiarizada com o assunto nesta quinta-feira.

A empresa realizou "acordos iniciais" com os funcionários para resolver a disputa, enquanto a produção na fábrica continuava, afirmou a fonte.

A empresa taiwanesa disse que respeitará os desejos dos novos funcionários que quisessem se demitir e deixar a instalação da fábrica e oferecerá a eles "subsídios de assistência". Esses subsídios totalizam 10 mil yuans (1.400 dólares) por trabalhador, segundo a fonte.

A Apple disse que tinha funcionários na fábrica e estava "trabalhando em estreita colaboração com a Foxconn para garantir que as preocupações de seus trabalhadores sejam atendidas".