Huawei quer liderar testes com 5G no Brasil, vê país atrás de vizinhos

Reuters

Publicado 09.07.2019 20:19

REEDIÇÃO-Huawei quer liderar 5G no Brasil, vê país atrás de vizinhos

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A chinesa Huawei quer liderar o desenvolvimento da rede 5G no Brasil, mas vê desafios para o país se equiparar a outros mercados latino-americanos na implantação do serviço ultrarrápido, disse um executivo à Reuters.

A maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo testou com sucesso a tecnologia 5G com as quatro principais operadoras do Brasil e as está ajudando na modernização da infraestrutura antes de um aguardado leilão de espectro, afirmou Nicolas Driesen, diretor de tecnologia da Huawei.

"Trabalhamos com 5G desde 2009 e nossa tecnologia de ponta a ponta é competitiva porque permite a reutilização de alguns equipamentos de gerações anteriores", contou ele em uma entrevista à Reuters no fim da semana passada.

A sueca Ericsson e a finlandesa Nokia também estão na corrida para implementação da tecnologia 5G, mas os custos baixos e os relacionamentos de longa data da Huawei a favorecem em boa parte da América Latina.

O presidente norte-americano, Donald Trump, pediu a outros governos mundo afora que evitem a Huawei por causa de temores de espionagem, mas poucos atenderam a esses alertas.

Mesmo com a Huawei empenhada em desenvolver a tecnologia 5G, o Brasil está aquém de outros países da América Latina, de acordo com Driesen.

Em abril, o Uruguai tornou-se o primeiro país latino-americano a implantar a rede 5G para fins comerciais. “E o México também está um a dois anos à frente do Brasil”, disse o executivo, acrescentando que ainda será possível recuperar o atraso se o leilão marcado para março de 2020 ocorrer a tempo.

Alguns observadores da indústria temem que o processo possa ser adiado, uma vez que as regras do leilão ainda estão sendo definidas.

A Anatel está trabalhando nas normas da licitação após decidir, em maio, que as frequências de 2,3 GHz e 3,5 GHz serão alocadas para tecnologia 5G. Outras bandas como 26 GHz e 700 MHz também podem ser adicionadas ao leilão.

Driesen observou que a indústria de telecomunicações também pode se beneficiar de uma mudança na legislação brasileira que rege a instalação de torres e antenas, uma exigência de longa data do setor.