Indústria de carros autônomos enfrenta problemas de confiança após acidente com Uber

Reuters  |  Autor 

Publicado 22.03.2018 17:34

Indústria de carros autônomos enfrenta problemas de confiança após acidente com Uber

Por Alexandria Sage e Tina Bellon e Nick Carey

DETROIT (Reuters) - O acidente fatal envolvendo um carro com direção autônoma do Uber aumenta a pressão para que a indústria de veículos autônomos prove, na ausência de fortes padrões governamentais, que seus softwares e sensores são seguros, disseram especialistas do setor.

Montadoras incluindo a General Motors (NYSE:GM), empresas de tecnologia como Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e empresas de serviços de transporte como Uber Technologies têm pedido que legisladores nas esferas federal e estadual dos Estados Unidos não imponham uma regulação pesada sobre a indústria ainda em desenvolvimento. Essas empresas disseram que seus amplos testes demonstram compromisso com a segurança.

No entanto, o acidente com o carro do Uber em Tempe, no Arizona - que resultou na primeira morte atribuída a um carro operado em modo autônomo - deu munição a críticos da indústria receosos de que a falta de padrões claros permita que os produtores incorram em falhas nos testes ou que coloquem nas ruas tecnologia desenvolvida parcialmente.

Executivos da indústria haviam começado muito antes do acidente de domingo a enfrentar questões sobre se os carros autônomos são confiáveis. Eles abriram os métodos dos testes, mas sem entregar os segredos de seus sistemas.

A divulgação dos dados dos testes é inconsistente e varia conforme o Estado. A Califórnia, por exemplo, exige que produtores reportem exemplos quando um sistema de veículo autônomos desliga. Já o Arizona não tem essa exigência.

"Não há dúvida de que as regulações estão a caminho", disse Doug Mehl, sócio da empresa de prática automotiva A.T. Kearney. "Mas agora (montadoras), desenvolvedores de software e fornecedores de serviço têm uma oportunidade de formar essas regulações."

A Waymo, divisão de carro autônomo da Alphabet, por exemplo, revelou em um relatório que seus veículos autônomos já percorreram 5 milhões de milhas em testes no mundo real e bilhões mais em simulações de computador. A unidade Cruise Automation da GM destacou sua decisão de ensinar seus sistemas de direção a navegar nas ruas congestionadas de San Francisco.