Robôs assumem tarefas de risco em fábricas e no campo

Estadão Conteúdo

Publicado 19.08.2021 05:59

Atualizado 19.08.2021 09:10

Robôs assumem tarefas de risco em fábricas e no campo

Empresas brasileiras aceleraram os investimentos em robôs móveis para realizar trabalhos considerados mais perigosos no lugar de empregados. Desde o cachorro-robô de quatro pernas até veículos movidos por rodas e esteiras, a tecnologia está assumindo o risco em serviços expostos a altas temperaturas, grandes alturas e a produtos químicos em diferentes setores.

A mineradora Vale (SA:VALE3), por exemplo, vai comprar um "cão-robô", chamado Anymal, por aproximadamente R$ 1 milhão. O robô quadrúpede criado pela suíça Anybotics, com seu rostinho inofensivo, foi adaptado para as operações de fiscalização na área de mineração.

O "cão-robô" realizou neste ano uma prova de conceito na usina de Cauê, em Itabira (MG). Planejou rotas, subiu e desceu escadas, exibiu um mapa da área sob inspeção. Focou ainda em objetos e instrumentos, transmitindo imagens, inclusive com medições de temperatura. No fim do teste, executivos da Vale estavam convencidos de que precisam ter um daqueles.

"Com o robô, eliminamos riscos pertinentes às atividades de inspeções", diz Rayner Teixeira, analista operacional responsável pelo desenvolvimento do Anymal na Vale. "O robô também nos dá acesso a espaços confinados, como o interior de um moinho."

Além da compra do Anymal, a Vale desenvolve os próprios robôs, que consumiram investimentos de R$ 2,5 milhões nos últimos anos. Um deles é o EspeleoRobô, projetado inicialmente para mapear cavernas próximas às minas, utilizando rodas e esteiras. A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo a Vale, quatro unidades do EspeleoRobô estarão em operação até o fim do ano, em áreas de cobre no Pará e de minério de ferro em Vitória (ES) e Itabira (MG). Serão colocados para realizar inspeções de moinhos de usina, dutos e outros ambientes confinados. "Esses robôs foram criados dentro da Vale pelos próprios empregados e são uma tecnologia em constante evolução", diz Gustavo Pessin, do ITV.

Em relatório divulgado no início deste mês, a Federação Internacional de Robótica (IFR, na sigla em inglês) avaliou que o mercado de robôs móveis autônomos deverá crescer 31% ao ano até 2023 no mundo. A IFR explica que o acelerado avanço de hardwares e softwares está provocando um "boom" em vários segmentos do setor.

h2 Petróleo/h2

Um dos segmentos que devem puxar o crescimento do uso de robôs na indústria é o de petróleo. Imagine trabalhar pendurado a 30 metros de altura em alto-mar para pintar o casco de uma plataforma de 300 metros de comprimento? Para eliminar esse risco, a Petrobras (SA:PETR4) desenvolveu o "robô pintor". Formado por cordas e rodas, além de um compressor de ar, é capaz de pintar 300 m² de superfície em uma hora, dez vezes mais do que um humano.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

O uso de robôs não é novidade na Petrobras. Na estatal, a fronteira está na combinação de automação com inteligência artificial. A companhia tem 15 projetos em carteira para desenvolvimento de robôs e drones com instituições de ciência e tecnologia, além de startups.

Juliano Dantas, gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, explica que os investimentos em robótica da companhia somam R$ 100 milhões, entre valores realizados e previstos para os próximos anos. Além do "robô pintor", a Petrobras desenvolve uma espécie de "robô minhoca" - que desobstrui dutos de petróleo - e o CRAS, um robô escalador capaz de se locomover em superfícies quentes.

As máquinas autônomas também chegaram ao campo. A fabricante brasileira de máquinas agrícolas Jacto desenvolveu um robô autônomo pulverizador de pomares, o Arbus 400 JAV. O veículo sobre rodas tem a parte dianteira semelhante a um rosto e espécie de braços de pulverização, no melhor estilo da série de filmes Transformers.

Fernando Gonçalves Neto, diretor-presidente da Jacto, explica que o operador acompanha o robô a distância, por meio de câmeras. "Quando o veículo é autônomo, caso haja névoa química ou excesso de ruído, o operador não estará embarcado. É um benefício de segurança", diz Gonçalves Neto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações