Acusadora de indicado de Trump à Suprema Corte estabelece condições para prestar depoimento

Reuters

Publicado 20.09.2018 20:39

Acusadora de indicado de Trump à Suprema Corte estabelece condições para prestar depoimento

Por Lawrence Hurley e Susan Heavey

WASHINGTON (Reuters) - Uma advogada da mulher que acusa Brett Kavanaugh, indicado do presidente Donald Trump à Suprema Corte dos Estados Unidos, de abuso sexual disse a um painel do Senado que a professora está disposta a prestar depoimento na próxima semana se o painel fornecer “condições que são justas e que garantem sua segurança”, segundo email visto nesta quinta-feira.

Christine Blasey Ford, professora de psicologia na Universidade de Palo Alto, na Califórnia, recebeu o prazo de sexta-feira para decidir se irá testemunhar em audiência do Comitê Judiciário marcada para segunda-feira, como querem os republicanos, o que ela descartou, embora tenha admitido falar em outra ocasião.

    O email da advogada de Ford, Debra Katz, foi fornecido por um assessor do Senado. No texto, Katz disse a membros da equipe do comitê que ela gostaria de uma conferência para discutir as condições sob as quais Ford estaria preparada para prestar depoimento na semana que vem.

    “Como vocês estão cientes, ela está recebendo ameaças de morte, que foram relatadas ao FBI, e ela e sua família foram forçados a sair de casa. Ela deseja testemunhar, desde que possamos concordar em condições que são justas e que garante sua segurança”, escreveu Katz.

    “Uma audiência na segunda-feira não é possível e a insistência do Comitê para que isto ocorra é arbitrária em qualquer caso”, disse Katz no email.

    Kavanaugh, juiz federal conservador da corte de apelações indicado por Trump em julho para o cargo vitalício como juiz da Suprema Corte, também foi convidado a testemunhar na segunda-feira.

Ford disse ter sido abusada sexualmente por Kavanaugh em 1982 quando ambos eram alunos do ensino médio em Maryland. Kavanaugh chamou a acusação de “completamente falsa”.

    O presidente republicano do comitê, Chuck Grassley, enviou na quarta-feira uma carta para os advogados de Ford dando a ela até 10h de sexta-feira para enviar um testemunho preparado caso tivesse intenção de se apresentar na segunda-feira.

    Advogados de Ford haviam dito na terça-feira que ela iria testemunhar perante o comitê somente se o FBI investigasse primeiro sua acusação. O FBI disse não estar investigando, uma decisão apoiada pelos republicanos.