Aiatolá acusa EUA de tentarem atiçar protestos no Irã

Reuters

Publicado 31.07.2020 11:42

Por Parisa Hafezi

DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira de tentarem atiçar protestos contra o governo da República Islâmica impondo sanções que disse visarem a falência do país.

Os governantes clericais iranianos tentam evitar um ressurgimento das manifestações antigoverno que abalaram a nação nos últimos anos e que começaram com protestos contra as adversidades econômicas, mas foram politizados por manifestantes que exigem a saída de autoridades de alto escalão. As autoridades disseram que os protestos de rua serão tratados de maneira "decisiva".

"Seu objetivo de curto prazo (dos EUA) era deixar nosso povo tão irritado e cansado que ele se ergueria contra o sistema (governante)", disse Khamenei em um pronunciamento televisionado que marcou o feriado religioso muçulmano do Eid al-Adha.

"Seu objetivo de longo prazo é quebrar o país, o Estado, em outras palavras, causar um colapso econômico."

Além das sanções dos EUA, a economia do Irã foi abalada pela queda dos preços do petróleo e pela crise do coronavírus – o país tem uma das maiores taxas de mortalidade decorrentes da pandemia no Oriente Médio.

As relações entre Teerã e Washington se deterioraram desde 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou o acordo nuclear firmado pelo Irã com seis potências em 2015, conforme o qual Teerã concordou em limitar seu programa nuclear em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais.