Arábia Saudita promete provas concretas de envolvimento do Irã em ataque

Reuters

Publicado 18.09.2019 07:52

Por Stephen Kalin e Parisa Hafezi

JIDÁ/DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita disse que vai apresentar provas nesta quarta-feira ligando o rival regional Irã a um ataque sem precedentes à indústria petrolífera saudita, que os Estados Unidos disseram acreditar ter partido do território iraniano, em uma perigosa escalada de atritos no Oriente Médio.

O Irã, no entanto, voltou a negar envolvimento nos ataques de 14 de setembro às instalações de petróleo, incluindo a maior refinaria do mundo, que inicialmente interromperam metade da produção saudita.

"Eles querem impor... pressão máxima sobre o Irã por meio de calúnias", disse o presidente do Irã, Hassan Rouhani, de acordo com a mídia estatal. "Não queremos conflitos na região... Quem iniciou o conflito?", disse ele, culpando o governo dos EUA e seus aliados no Golfo Pérsico pela guerra no Iêmen.

O movimento houthi do Iêmen, um aliado do Irã que luta contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita há mais de quatro anos, assumiu a responsabilidade pelo ataque e disse que usou drones para atingir as instalações da empresa estatal saudita Aramco.

No entanto, o Ministério da Defesa da Arábia Saudita disse que realizará uma entrevista coletiva nesta quarta-feira às 11h30 (horário de Brasília) para apresentar "evidências materiais e armas iranianas que provam o envolvimento do regime iraniano no ataque terrorista".

Provas concretas mostrando a responsabilidade iraniana, se tornadas públicas, podem pressionar Arábia Saudita e EUA a darem uma resposta, embora ambas as nações tenham enfatizado a necessidade de cautela.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que não quer guerra, afirmando que "não há pressa" para retaliar e que está em coordenação com países do Golfo e da Europa.

Uma autoridade dos EUA disse à Reuters na terça-feira que os ataques se originaram no sudoeste do Irã. Três funcionários do governo dos EUA disseram que a ação envolveu mísseis de cruzeiro e drones, indicando um maior grau de complexidade e sofisticação do que se pensava inicialmente.

As autoridades dos EUA, no entanto, não forneceram evidências ou explicaram quais informações estavam usando para avaliar o ataque, que cortou 5% da produção global de petróleo.