Candidata da oposição na Venezuela descarta se afastar em favor de substituto

Reuters

Publicado 29.01.2024 17:31

CARACAS (Reuters) - A candidata de oposição da Venezuela, Maria Corina Machado, afirmou nesta segunda-feira que não se afastará da disputa em favor de um substituto, apesar de a suprema corte do país ter decidido manter a proibição que a impede de ocupar cargos públicos.

A decisão de sexta-feira impede Machado, uma engenheira industrial de 56 anos, de se registrar para as eleições presidenciais marcadas para a segunda metade do ano, com o tribunal alegando ela apoiou sanções dos EUA, esteve envolvida com corrupção e perdeu dinheiro associado a ativos estrangeiros da Venezuela.

“Não haverá recuo. Temos um mandato e vamos completá-lo”, disse Machado durante entrevista coletiva em Caracas. “Um candidato substituto é o plano daqueles que não querem mudança, e nosso plano é a mudança, ponto final.”

A decisão foi um “crime judicial”, disse Machado, acrescentando que ainda terá muitos obstáculos pela frente, mas que haverá eleições neste ano.

Os Estados Unidos condicionaram a continuação do afrouxamento das sanções -- concedido em outubro como parte de um acordo eleitoral assinado em Barbados -- à libertação de prisioneiros, incluindo norte-americanos “injustamente detidos”, pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e ao progresso na retirada de banimentos contra várias figuras da oposição.

Em dezembro, a Venezuela libertou 24 dos seus próprios cidadãos e 10 norte-americanos, em troca da liberdade de uma autoridade de Maduro e da extradição de um empresário malaio procurado pelos Estados Unidos.

Os EUA estão analisando sua política de sanções, disse o Departamento de Estado no último sábado.

Machado, que venceu as primárias de outubro por larga margem, nunca apoiou a ideia de nomear um sucessor. Ela também havia pedido um representante em conversas entre a oposição e Caracas.

Os EUA podem restaurar parcialmente as sanções após a decisão, dizem analistas.