Candidatos presidenciais do Equador prometem impedir tráfico de drogas nos portos

Reuters

Publicado 11.10.2023 12:09

GUAYAQUIL/QUITO (Reuters) - Os candidatos à Presidência do Equador estão prometendo usar as Forças Armadas para reprimir as exportações de drogas nos portos do país, onde mais da metade dos carregamentos de banana sinalizados como suspeitos e revistados pelas autoridades escondem pacotes de cocaína.

A cocaína também é cada vez mais encontrada em carregamentos de atum, bem como escondida em abacaxis ocos e em meio ao açúcar, segundo a polícia.

A situação da segurança no Equador tem se deteriorado drasticamente nos últimos anos, um dos fatores do êxodo de imigrantes na América do Sul. O governo que deixará o cargo atribuiu o aumento dos assassinatos, da violência nas prisões e de outros crimes à crescente presença de traficantes de drogas.

A polícia apreendeu cerca de 50 toneladas de drogas até agora neste ano nos dois principais portos do país.

Os 6.500 contêineres de bananas que saem do Equador -- o maior exportador de bananas do mundo -- a cada semana, muitos com destino à Europa, são o principal alvo dos contrabandistas, disse o então diretor nacional antinarcóticos Pablo Ramírez à Reuters no mês passado.

Os dois candidatos à Presidência na próxima eleição de 15 de outubro -- o empresário Daniel Noboa e a ex-deputada Luisa González -- disseram que algo precisa ser feito. Ambos prometeram militarizar portos e aeroportos para combater o tráfico de drogas. Junto da economia, a segurança é uma das principais preocupações, segundo os eleitores.

González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, que liderou o primeiro turno, mas agora está ligeiramente atrás de seu rival, disse durante um debate televisionado no início deste mês que usaria os militares para retomar o controle dos portos e das prisões, embora não tenha dado detalhes de seu plano.

Enquanto isso, Noboa, cujo pai é o magnata da banana Álvaro Noboa, disse que usaria a tecnologia para apoiar a proteção militar das exportações nas rodovias e instalaria scanners nas estações de pedágio e nos portos.

O atual governo do presidente Guillermo Lasso tem se esforçado para avançar contra as gangues.