Conversa de políticos é vazia diante de aumento de emissões, dizem ativistas climáticos

Reuters

Publicado 13.12.2019 13:44

Por Valerie Volcovici e Isla Binnie

MADRI (Reuters) - Ativistas climáticos exigiram que governos coloquem a ciência acima de interesses políticos mesquinhos nesta sexta-feira, e negociadores se empenhavam para obter compromissos mais robustos no último dia de uma cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) cuja meta é diminuir o risco de um aquecimento global catastrófico.

O Extinction Rebellion, grupo de desobediência civil que reuniu milhares de manifestantes que arriscaram ser presos neste ano, fez sua reivindicação depois de se reunir com autoridades de alto escalão na reunião enquanto os negociadores lutavam até o último minuto.

"Tivemos 25 anos de conversas, e a única coisa que realmente importa é que emissões globais ainda estão aumentando", disse Tim (SA:TIMP3) Crosland, membro proeminente do Extinction Rebellion, que lançou sua campanha ocupando pontes e interditando ruas do Reino Unido pouco mais de um ano atrás.

"Dizemos que vocês têm que direcionar a conversa para o que é necessário, para o que tem que ser feito para evitar um desastre, e essa é a única conversa que realmente importa", disse ele aos repórteres.

Ele falava depois de representantes do Extinction Rebellion terem se encontrado com Gonzalo Muñoz, enviado do Chile para o combate à mudança climática que preside as tratativas, e outras autoridades.

A conferência de duas semanas, que foi transferida para a Espanha devido às revoltas sociais no Chile, entrou em seu último dia com os delegados discutindo pendências do Acordo de Paris de 2015, que visa limitar a rápida intensificação da temperaturas globais.

Entre as questões a serem resolvidas estão fundos para ajudar os países mais vulneráveis à mudança climática, regras para o comércio internacional de créditos de carbono e se as grandes nações darão um sinal forte sobre a intenção de conter as emissões.