EUA classificam de "erro" visita da chefe de direitos humanos da ONU à China

Reuters

Publicado 24.05.2022 19:05

WASHINGTON (Reuters) - Foi um erro a chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, concordar em visitar a China, disse o Departamento de Estado norte-americano nesta terça-feira, em meio a preocupações de que restrições governamentais ao acesso dela possam prejudicar a avaliação sobre os direitos humanos no país.

Durante viagem de seis dias que começou na segunda-feira, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos visitará a região de Xinjiang, no oeste da China, onde seu escritório disse no ano passado acreditar que membros da etnia uigur, de maioria muçulmana, foram detidos ilegalmente, maltratados e forçados a trabalhar.

Os Estados Unidos rotularam seu tratamento de "genocídio", mas Pequim nega abusos.

"Não temos expectativa de que a RPC (República Popular da China) conceda o acesso necessário para realizar uma avaliação completa e não manipulada do ambiente de direitos humanos em Xinjiang", disse o porta-voz do Departamento de Estado Ned Price a jornalistas.

"Acreditamos que foi um erro concordar com uma visita dadas as circunstâncias", declarou Price, acrescentando que Bachelet não conseguiria obter um quadro completo "das atrocidades, crimes contra a humanidade e genocídio" na região.