Europa se junta aos EUA para pedir contenção a Israel após ataque iraniano

Reuters

Publicado 15.04.2024 08:08

Por James Mackenzie

JERUSALÉM (Reuters) - Os aliados europeus de Israel pediram nesta segunda-feira que o país demonstre contenção em relação ao ataque de mísseis e drones do Irã no fim de semana, pedindo aos líderes israelenses que se afastem da "beira do precipício" da escalada no Oriente Médio.

O gabinete de guerra do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que tem o poder de decidir sobre a resposta do país, se reunirá na tarde de segunda-feira, disse uma fonte do governo.

Autoridades israelenses disseram que o gabinete de guerra, que também se reuniu no domingo, favoreceu a retaliação, mas estava dividido quanto ao momento e à escala de tal resposta.

Com o perigo de uma guerra aberta entre Israel e Irã, e a alta tensão sobre a guerra em Gaza, o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou a Netanyahu que os Estados Unidos não participarão de nenhuma contraofensiva israelense contra o Irã, disseram autoridades dos EUA.

Reino Unido, França, Alemanha e o chefe de política externa da União Europeia juntaram-se a Washington e ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para pedir moderação.

"Estamos à beira do precipício e temos que nos afastar dele", disse Josep Borrell, o alto representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança, à estação de rádio espanhola Onda Cero. "Temos que pisar no freio e reverter a marcha."

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a Israel que vise isolar o Irã em vez de agravar a situação. O chanceler alemão, Olaf Scholz, alertou o Irã para não realizar mais ataques e disse que Israel também precisa contribuir para a redução da violência.

A Rússia se absteve de criticar seu aliado Irã em público sobre os ataques, mas expressou preocupação com o risco de escalada na segunda-feira e também pediu moderação.

"Uma nova escalada não é do interesse de ninguém", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O Irã lançou o ataque por causa de um suposto ataque aéreo israelense contra o complexo de sua embaixada na Síria em 1º de abril, que matou sete oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana, incluindo dois comandantes seniores.

Isso ocorreu após meses de confrontos entre Israel e os aliados regionais do Irã, desencadeados pela guerra de Gaza, que se espalhou para os fronts com grupos alinhados ao Irã no Líbano, na Síria, no Iêmen e no Iraque.