RS tem ao menos 29 mortos e 60 desaparecidos por chuvas torrenciais; rios transbordam e barragem rompe

Reuters

Publicado 02.05.2024 09:49

Atualizado 02.05.2024 20:15

Por Fernando Cardoso e Pedro Fonseca

(Reuters) - O número de mortos pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul subiu nesta quinta-feira para ao menos 29, com 60 pessoas desaparecidas, e o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), disse que outras vítimas certamente serão registradas quando as equipes de resgate chegarem a locais que permanecem isolados.

Autoridades do Estado informaram que 154 municípios foram afetados pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana, e que tem previsão de continuar até sábado. Mais de 10 mil pessoas estão desalojadas em cidades que tiveram ruas transformadas em verdadeiros rios, com diversas estradas e pontes destruídas.

O temporal também provocou deslizamentos de terra e o rompimento de parte da estrutura da barragem da usina de geração de energia 14 de Julho, na bacia do Rio Taquari-Antas, em Cotiporã, na Serra Gaúcha. A estrutura já estava submersa devido ao volume das chuvas, e moradores das áreas próximas foram alertados a deixar o local, de acordo com o governo gaúcho.

As autoridades também alertaram para o risco de rompimento de uma barragem da Represa de São Miguel, na cidade de Bento Gonçalves, e determinaram as saídas de pessoas que moram em áreas que podem ser afetadas.

Na capital Porto Alegre, a Defesa Civil alertou a população para a condição do Rio Guaíba, que recebeu expressivos volumes em razão das fortes chuvas e está ultrapassando extraordinariamente sua cota de inundação.

O governo gaúcho decretou estado de calamidade pública, com mais de 300 mil clientes de distribuidoras sem energia elétrica.

As chuvas torrenciais também trouxeram prejuízos para lavouras de soja, arroz e milho, ainda que a maior parte das áreas já tenha sido colhida no Estado, enquanto há preocupações com a qualidade e volumes das safras remanescentes nos campos.

"Não é simplesmente mais um caso crítico, é o mais crítico que provavelmente o Estado terá registro na sua história", disse o governador Leite em transmissão ao vivo nas redes sociais, acrescentando que a situação é pior do que em setembro do ano passado, quando um ciclone extratropical deixou 50 mortos no RS.

"NÚMEROS AINDA VÃO AUMENTAR"

Após informar que o número de mortos havia subido para 29, o governador acrescentou: "Com a mais profunda dor no coração, eu sei dizer que será ainda mais do que isso porque não estamos conseguindo acessar determinadas localidades, e sabemos de deslizamentos e inundações em locais inacesseíveis. Infelizmente esses números vão ainda aumentar".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou nesta quinta pela manhã para visitar locais atingidos e se reunir com o governador para uma reunião emergencial em Santa Maria, a fim de discutir os esforços para resgates e mitigação de danos causados pelas chuvas.

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Em discurso na reunião, Lula afirmou que não faltarão recursos da parte do governo federal para reparar os danos materiais e humanos, dizendo que o Executivo estará 100% à disposição da população da região.