Irã diz querer medidas da UE para salvar acordo nuclear até o fim de maio

Reuters  |  Autor 

Publicado 25.05.2018 09:55

Irã diz querer medidas da UE para salvar acordo nuclear até o fim de maio

Por Francois Murphy e John Irish

VIENA (Reuters) - O Irã quer que as potências europeias lhe apresentem medidas para compensar o país pela decisão dos Estados Unidos de abandonar o acordo nuclear de 2015 até o fim de maio, disse uma autoridade de alto escalão nesta sexta-feira, e Teerã decidirá dentro de semanas se sai ou não do acordo.

O pacto firmado em 2015 pelo Irã e potências mundiais suspendeu sanções internacionais contra Teerã, e em troca o regime concordou em limitar seu programa nuclear.

Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu país do pacto no mês passado, Estados europeus vêm tentando encontrar uma maneira de fazer com que o Irã continue desfrutando dos benefícios econômicos para persuadi-lo a se manter filiado – o que tem se mostrado difícil, já que as empresas europeias querem evitar as sanções norte-americanas.

Os países que continuam no acordo – Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha – começaram a se reunir nesta sexta-feira pela primeira vez desde que Trump rompeu com o pacto, mas diplomatas veem pouca margem de manobra para salvá-lo. Suas autoridades tentarão fortalecer uma estratégia com o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano para salvar o acordo poupando o petróleo e os investimentos.

"Para ser sincero com vocês, não estamos confiantes", disse um funcionário iraniano graduado aos repórteres nesta sexta-feira antes das conversas.

Líderes da União Europeia se uniram em torno do acordo e Bruxelas está elaborando medidas, entre elas proibir empresas radicadas na UE de obedeceram às sanções reimpostas pelos EUA e exortar governos a fazerem transferências de dinheiro para o Banco Central do Irã para evitar multas.

"Esperamos que o pacote (econômico) nos seja entregue até o fim de maio", disse o funcionário iraniano. "Lamento dizer que ainda não (vimos) um plano B. O plano B mal começou a ser elaborado".