Japão rejeita exigência de desculpas por "mulheres de conforto" sul-coreanas

Reuters  |  Autor 

Publicado 12.02.2019 09:35

Japão rejeita exigência de desculpas por "mulheres de conforto" sul-coreanas

TÓQUIO (Reuters) - O Japão disse nesta terça-feira que apresentou uma queixa à Coreia do Sul depois que um parlamentar sul-coreano disse que o imperador japonês deveria se desculpar às "mulheres de conforto" obrigadas a servir em bordeis militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

As relações entre o Japão e a Coreia do Sul, ambos aliados dos Estados Unidos, azedaram em meio a uma desavença crescente sobre seus históricos na guerra – o que inclui a ocupação japonesa da península coreana entre 1910 e 1945 e o uso das mulheres de conforto, muitas delas coreanas.

O presidente da Assembleia Nacional sul-coreana, Moon Hee-sang, disse em uma entrevista à Bloomberg na semana passada que o imperador japonês Akihito, "como filho do principal culpado por crimes de guerra", deveria pedir desculpas às mulheres antes de renunciar no final de abril.

Este seria um sinal de que Tóquio quer encerrar a longa disputa, disse Moon.

O Japão lutou na Segunda Guerra Mundial em nome do imperador Hirohito, pai de Akihito.

O secretário-chefe de gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse em uma coletiva de imprensa na capital nesta terça-feira que os comentários de Moon foram "extremamente lamentáveis".

"Protestamos fortemente, já que seus comentários têm um conteúdo absolutamente inadequado e são extremamente lamentáveis", disse Suga.

"Ao mesmo tempo, exigimos um pedido de desculpas e a retirada de seus comentários."

Também nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano disse que Moon estava salientando a necessidade de Tóquio mostrar uma "atitude sincera" para curar as feridas.

Em 2015 a Coreia do Sul chegou a um acordo com o Japão para resolver a disputa, segundo o qual este último se desculpou às vítimas e providenciou o equivalente a 9 milhões de dólares a um fundo para ajudá-las.

Mas algumas vítimas recusaram o dinheiro, dizendo que as desculpas não foram sinceras, e em 2017 o atual governo de Seul disse que o acordo é falho.