Manifestações de Hong Kong completam 6 meses desde confronto crucial com a polícia

Reuters

Publicado 12.12.2019 16:08

Manifestações de Hong Kong completam 6 meses desde confronto crucial com a polícia

Por Felix Tam e Danny Kwok

HONG KONG (Reuters) - Milhares de manifestantes de Hong Kong reuniram-se nesta quinta-feira para relembrarem seis meses desde o primeiro grande confronto com a polícia, quando impediram parlamentares de avançar com um projeto de extradição para a China que posteriormente foi descartado.

Em 12 de junho, a polícia disparou balas de gás lacrimogêneo e de borracha para dispersar os manifestantes que ocupavam ruas próximas do Conselho Legislativo instantes antes da segunda leitura do projeto de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, onde os tribunais são controlados pelo Partido Comunista.

Após o confronto, a leitura do Conselho foi adiada por tempo indefinido e o projeto, posteriormente, foi formalmente retirado. Mas a indignação causada pela resposta da polícia contribuiu para que os distúrbios evoluíssem para um movimento mais amplo cobrando por maior democracia.

As demandas dos manifestantes agora incluem o sufrágio universal e uma investigação independente sobre a atuação policial nos protestos. A polícia descreveu suas ações como reativas e contidas.

Na quinta-feira, milhares de cidadãos de Hong Kong de todas as idades reuniram-se em um parque central, no coração do distrito financeiro da cidade controlada pela China, para relembrarem o evento, iniciado por um momento de silêncio.

"O dia 12 de junho foi um ponto de virada nesse movimento", disse Mark Chou, engenheiro de 24 anos. "Tivemos uma marcha pacífica de 1 milhão de pessoas em 9 de junho, mas o governo ainda estava avançando com a lei naquele momento. Essa experiência nos ensinou que protestos pacíficos não funcionariam nesta cidade".