May busca ajuda para o Brexit em cúpula em Bruxelas

Reuters  |  Autor 

Publicado 13.12.2018 12:18

May busca ajuda para o Brexit em cúpula em Bruxelas

Por Kate Holton e Gabriela Baczynska

LONDRES/BRUXELAS (Reuters) - A enfraquecida primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou a Bruxelas nesta quinta-feira para cortejar a ajuda de líderes europeus depois de sobreviver a um motim parlamentar que expôs o impasse a respeito do Brexit.

"Precisamos fazer esse acordo passar", disse ela aos repórteres no início da cúpula de dois dias, acrescentando que "ouviu em alto e bom som" as preocupações dos rebeldes de seu partido, que tentaram depô-la em reação ao pacto de separação britânica da União Europeia que ela acertou com os líderes no mês passado.

"Não espero um avanço imediato", disse May, que mesmo assim falará aos outros líderes sobre as "garantias legais e políticas" de que os céticos de sua sigla precisam, especialmente no tocante ao risco de uma solução emergencial para a fronteira irlandesa se tornar permanente.

Líderes da UE descartaram qualquer renegociação do pacote do mês passado, concebido para encaminhar a desfiliação do Reino Unido do bloco em março, mas o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, abraçou May calorosamente na entrada da cúpula e disse: "Eu, realmente, quero ajudá-la."

Mas ao ser instado a opinar se a UE deixará Londres se separar caoticamente sem um acordo, Bettel respondeu que não há como renegociar e insistiu: "O Brexit foi escolha do Reino Unido."

Ele acrescentou, no entanto, que em vez do caos da ausência de um acordo preferiria que os britânicos revertessem o referendo de 2016 sobre o Brexit.

May obteve o apoio de 200 membros do Partido Conservador no Parlamento e foi rejeitada por 117 em uma votação secreta que aprofundou as divisões poucas semanas antes de necessitar do endosso da legislação para o pacto para evitar uma desfiliação desordenada da UE.

O Brexit, a decisão mais importante que o Reino Unido tomou em décadas, polarizou a nação e moldará o futuro de sua economia de 2,8 trilhões de dólares, incluindo o status de Londres como polo financeiro.