Ministros das Relações Exteriores do G7 buscam apoio urgente para defesa da Ucrânia

Reuters

Publicado 18.04.2024 08:21

Por Crispian Balmer e Angelo Amante

CAPRI, Itália (Reuters) - Os ministros das Relações Exteriores dos países do G7 alertaram nesta quinta-feira que a Ucrânia corre o risco de ser derrotada pela Rússia, a menos que receba mais equipamentos de defesa aérea, e Kiev pede uma mudança na estratégia ocidental em relação à guerra.

Mais de dois anos após a invasão em grande escala da Rússia, a Ucrânia está enfrentando uma escassez de munição, com o financiamento vital dos Estados Unidos bloqueado pelos republicanos no Congresso por meses e a União Europeia não conseguindo entregar munições suficientes a tempo.

Os ministros do G7 iniciaram o segundo dia de discussões na ilha italiana de Capri abordando a crise do Oriente Médio e voltarão sua atenção para a Ucrânia nesta quinta-feira, quando receberão o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia.

O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, que participa do encontro do G7 ao lado de seus homólogos de EUA, Itália, Alemanha, França, Reino Unido, Japão e Canadá, pediu aos países do bloco europeu que entreguem sistemas de defesa aérea para ajudar a Ucrânia a proteger suas cidades da Rússia, que tem como alvo a infraestrutura ucraniana.

"Caso contrário, o sistema de eletricidade da Ucrânia será destruído. E nenhum país pode lutar sem ter eletricidade em casa, nas fábricas, online, para tudo", disse ele aos repórteres no início da sessão desta quinta-feira.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que o Ocidente tem uma atitude diferente em relação a Israel do que seu próprio país, observando que quando o Irã lançou mísseis e drones em direção a Israel no sábado, as forças nortes-americanas, britânicas e francesas ajudaram a derrubá-los.

"A estratégia de nossos parceiros em Israel parece ser a de evitar danos e mortes. ... Nos últimos meses, a estratégia de nossos parceiros na Ucrânia parece ser a de nos ajudar a nos recuperarmos dos danos", disse ele antes das discussões em Capri.

"Portanto, nosso trabalho hoje é encontrar uma maneira de nossos parceiros criarem um mecanismo que nos permita também evitar a morte e a destruição na Ucrânia."

Disputas políticas internas nos EUA têm adiado a entrega de ajuda necessária para a Ucrânia no valor de 60,84 bilhões de dólares, mas a Câmara dos Deputados pode finalmente votar o pacote neste fim de semana, trazendo alguma esperança para os ministros do G7.