Mueller entrega relatório da Rússia a procurador-geral dos EUA

Reuters

Publicado 22.03.2019 20:24

Mueller entrega relatório da Rússia a procurador-geral dos EUA

Por Sarah N. Lynch

WASHINGTON (Reuters) - O procurador especial Robert Mueller entregou um muito aguardado relatório de sua investigação sobre o papel desempenhado pela Rússia na eleição presidencial norte-americana de 2016 e qualquer potencial irregularidade cometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou o Departamento de Justiça nesta sexta-feira.

Mueller entregou o relatório ao procurador-geral William Barr, segundo o departamento. O relatório não foi imediatamente tornado público e não se sabe se Mueller identificou alguma conduta criminosa por parte de Trump ou de sua campanha para além das acusações já feitas contra diversos de seus assessores.

As principais conclusões do relatório serão divulgadas depois que ele for entregue ao Congresso, disse uma autoridade de alto escalão do Departamento de Justiça aos jornalistas. Essa fonte disse que o departamento entregará as conclusões do relatório aos parlamentares a partir deste fim de semana.

Mueller, um ex-diretor do FBI, tem investigado desde 2017 se a campanha de Trump conspirou com Moscou para tentar influenciar a eleição de 2016 e se, posteriormente, o presidente republicano tentou obstruir de maneira ilegal o seu inquérito.

Trump tem negado qualquer conspiração ou obstrução. A Rússia tem negado as alegações de interferência eleitoral.

Barr, indicado ao Departamento de Justiça por Trump e confirmado pelo Senado em fevereiro, disse a parlamentares que pode ser capaz de fornecer informações sobre as descobertas do relatório ao Congresso já neste final de semana.

“Os próximos passos dependem do procurador-geral Barr, e estamos ansiosos para que o processo siga o seu rumo. A Casa Branca não recebeu ou foi informada sobre o relatório do procurador especial”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

De acordo com as regulações que gerem investigações de procuradores especiais, o procurador-geral precisa compartilhar um esboço do relatório de Mueller com líderes democratas e republicanos de comissões judiciárias do Congresso, mas depende amplamente dele o que tornar público.