Oposição trabalhista pressiona por votação no Parlamento sobre novo referendo do Brexit

Reuters  |  Autor 

Publicado 22.01.2019 09:11

Atualizado 22.01.2019 10:05

Oposição trabalhista pressiona por votação no Parlamento sobre novo referendo do Brexit

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, de oposição, deu mais um passo em direção à realização de um segundo referendo sobre a filiação do Reino Unido à União Europeia ao tentar usar o Parlamento para tomar o controle do Brexit das mãos da primeira-ministra Theresa May.

Com a aproximação do dia 29 de março, data estabelecida por lei para o Brexit, o Reino Unido se vê em sua mais profunda crise política em meio século à medida que enfrenta dificuldades para determinar como, ou até se, irá de fato deixar o projeto europeu a que aderiu em 1973.

Depois que o acordo de May para a retirada foi rejeitado por 432 a 202 votos no Parlamento na semana passada, na maior derrota do governo na história britânica moderna, alguns parlamentares estão tentando tomar o controle do Brexit do enfraquecido governo minoritário de May.

O Partido Trabalhista apresentou uma emenda para forçar o governo a dar ao Parlamento tempo para considerar e votar algumas opções para impedir uma saída “sem acordo” -- uma possibilidade que May tem repetidamente se recusado a descartar.

Entre as opções, afirmou a legenda, deve estar uma união aduaneira permanente com a UE e “um voto público sobre o acordo” -- ambas propostas que May tem descartado.

O partido, que está dividido sobre o Brexit, disse que a proposta não quer dizer que eles apoiem a realização de um segundo referendo, mas simplesmente reflete sua política existente.

“É hora do plano alternativo do Partido Trabalhista assumir papel central, enquanto mantemos todas as opções sobre a mesa, incluindo a opção de uma votação pública”, disse Corbyn, que colocou seu nome na emenda.

“Nossa emenda permitirá que parlamentares votem em opções para encerrar esse impasse sobre o Brexit e prevenir o caos de uma (saída) sem acordo”, disse.