Para onde foi o Homo sapiens após deixar a África? Novo estudo tem uma resposta

Reuters

Publicado 25.03.2024 17:19

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - Nossa espécie surgiu na África há mais de 300.000 anos e migrou para fora do continente há 60.000 ou 70.000 anos, inaugurando a disseminação global do Homo sapiens. Mas para onde esses pioneiros foram quando deixaram a África? 

Após anos de debate, um novo estudo oferece uma resposta. Esses bandos de caçadores-coletores parecem ter permanecido por milhares de anos como uma população homogênea em um polo geográfico que abrangia o Irã, o sudeste do Iraque e o nordeste da Arábia Saudita, antes de se estabelecerem em toda a Ásia e na Europa, a partir de aproximadamente 45.000 anos atrás, disseram cientistas nesta segunda-feira. 

As descobertas se baseiam em conjuntos de dados genômicos extraídos de DNA antigo e de uma coleção de genes modernos, combinados com evidências paleoecológicas mostrando que essa região representava um habitat ideal. Os pesquisadores chamam essa região -- parte do que é conhecido como Planalto Persa -- de um "polo" para essas pessoas, talvez apenas milhares, antes de elas seguirem, milênios depois, para locais mais distantes. 

"Nossos resultados mostram o primeiro quadro completo do paradeiro dos ancestrais de todos os não-africanos dos tempos atuais nas primeiras fases da colonização da Eurásia", disse o antropólogo molecular, Luca Pagani, da Universidade de Padova, na Itália, autor sênior do estudo publicado na revista Nature Communications. 

O antropólogo e co-autor do estudo, Michael Petraglia, diretor do Centro de Pesquisa Australiano para Evolução Humana da Universidade Griffith, disse que o estudo "é uma história sobre nós e nossa História -- nosso objetivo era desvendar alguns dos mistérios sobre nossa evolução e dispersão mundial". 

Essas pessoas viviam em pequenos bandos nômades de caçadores-coletores, segundo os pesquisadores. A localização do polo oferecia uma variedade de ambientes ecológicos, de florestas a campos e savanas, flutuando ao longo do tempo entre intervalos áridos e úmidos. 

A hipótese é que havia bastante recursos disponíveis, e há evidências de caça de gazelas selvagens, ovelhas e cabras, segundo Petraglia.

"Sua dieta teria sido composta de plantas comestíveis e caça de pequeno a grande porte. Os grupos de caçadores-coletores parecem ter praticado um estilo de vida sazonal, vivendo nas terras baixas nos meses mais frios e nas regiões montanhosas nos meses mais quentes", disse Petraglia.

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As pessoas que habitavam o polo, na época, aparentemente tinham pele e cabelos escuros, talvez parecidos com os povos Gumuz ou Anuak, que hoje vivem em áreas da África Oriental, disse Pagani.

"A arte rupestre surgiu simultaneamente, assim que as pessoas deixaram o polo. Portanto, essas conquistas culturais podem ter sido criadas enquanto estavam no centro", disse Pagani.

A eventual dispersão em diferentes direções além do polo estabeleceu a base para a divergência genética entre os atuais asiáticos orientais e europeus, disseram os pesquisadores.

O estudo explorou dados genômicos modernos e antigos de povos europeus e asiáticos.

"Achamos particularmente úteis os genomas mais antigos, datados de 45.000 a 35.000 anos atrás", disse o antropólogo molecular e principal autor do estudo, Leonardo Vallini, da Universidade de Padova e da Universidade de Mainz, na Alemanha.

Os pesquisadores criaram uma maneira de desvendar a extensa mistura genética de populações ocorrida desde a dispersão do polo.

Houve excursões anteriores em pequena escala do Homo sapiens fora da África antes da migração principal de 60.000 a 70.000 anos atrás, mas elas parecem ter em resultados em becos sem saída.

O Homo sapiens não foi a primeira espécie humana a viver fora da África, incluindo a área que engloba o polo. O antigo cruzamento entre espécies deixou uma pequena contribuição neandertal para o DNA dos modernos não africanos.

"Os neandertais estavam presentes na área antes da chegada do Homo sapiens, portanto, o polo pode muito bem ter sido o local dessa interação", disse Vallini.

(Reportagem de Will Dunham)

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